A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA - O SAMBA PEDE PASSAGEM E ENTRA EM
SALA DE AULA
Como em todos os anos, logo após as escolhas dos
sambas de enredo oficiais das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, dedico horas
e horas ouvindo e analisando as letras. Este ano não fugiu do costume e ao
chegar a vez da Estação Primeira de Mangueira, que não figura entre minhas
favoritas, notei algo de diferente logo na primeira estrofe, que iniciava dessa
maneira: “Brasil, meu nego / Deixa eu te contar / A história que a história não
conta / O avesso do mesmo lugar / Na luta é que a gente se encontra”, e me
arrepiei com o belo e instrutivo samba, que sustentou o enredo mostrado pela
agremiação no desfile da Marquês de Sapucaí, intitulada “História para ninar
gente grande”, criação do carnavalesco Leandro Vieira, que acabou premiando a
agremiação com o título.
FIGURA 1.
Cartaz oficial do enredo. Fonte: Divulgação da Estação Primeira de Mangueira
Abrindo o desfile com uma criança vestida de
colegial e com um livro na mão, cercada de índios e negros, na frente de uma
alegoria com “os grandes personagens” da nossa história, como Cabral, Anchieta,
Pedro I, Princesa Isabel, Tiradentes e um bandeirante “emoldurados” em quadros,
quando de repente, eles saem e podemos vê-los em tamanho diminuto (os
bailarinos estão de joelhos), representando que nossos “ícones” tem uma
história muito pequena, porém bem construída, ao longo dos anos pelas elites.
FIGURA 2.
Comissão de Frente com elemento alegórico. A História dos “nossos grandes” é
muito pequena. Fonte: Blog do Carrano (2019).
Outro ponto alto do desfile foi a história dos
“heróis” recontadas e os personagens pisando em corpos ensanguentados, como
pode ser observado pela foto abaixo. A Sinopse oficial do desfile, pesquisa e
todos os detalhes da apresentação no sambódromo, entregue para comissão
julgadora, entre outras informações e fotos, podem ser observadas no blog de
Paulo Carrano (2019).
FIGURA 3.
A história “verdadeira” do herói contada em cima de cadáveres. Fonte: Blog do
Carrano (2019).
Somente a letra desta composição sustentaria ao
menos um semestre em sala de aula, mostrando a “versão não oficial” (ou
oficializada) da história do Brasil, que escolhe quem deve e quem não deve ser
lembrado, ou seja, a versão dos vencidos e não dos vencedores, como é de
costume. E essa mesma versão, está recheada de heróis esquecidos ou mesmo não
conhecidos, como o “Dragão do Mar”, Maria Felipa, Luiza Mahin e seu filho Luiz
Gama, Chico da Matilde, a resistência armada contra a Ditadura Militar, Dandara,
O “Almirante Negro” João Cândido, entre muitos e muitos nomes que não constam
nos livros de História ou apenas são citados de forma sucinta.
Apesar dos sambas enredos não terem caído ainda nas
graças da população de Porto União (SC), União da Vitória (PR) e adjacências,
regiões de minha atuação docente, utilizo os mesmos há algum tempo como forma
de diversificar o aprendizado, principalmente da História do Brasil, mais
especificamente no que tange a mestiçagem do povo brasileiro, como podem ser
observados nas letras dos Sambas Enredo da Mocidade Independente de Padre
Miguel, do ano de 1995, intitulada “Padre Miguel, Olhai Por Nós” e da Estação
Primeira de Mangueira, de 2009, “A Mangueira Traz Os Brasis do Brasil Mostrando
a Formação do Povo Brasileiro”, esta, tendo como base a obra de Darcy Ribeiro,
“O Povo Brasileiro”
As Diretrizes Curriculares Nacionais aponta que o
ensino fundamental deve ser constituído “pelas experiências escolares que se
desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando
articular vivências e saberes” (BRASIL, 2013, p. 132), agregando a afirmação de
Paul Veyne (1998), quando considera a história como uma narrativa de eventos e
que o papel do historiador na construção da história é o de trabalhar com
indícios, não reproduzindo o que de fato aconteceu, mas representando o passado
por meio de documentos e vestígios deixados pelo passado, assim como, suas
ideologias e interesses, como pode ser observado pelo tema do carnaval
mangueirense.
Nesse sentido, a proposta metodológica aqui
apresentada, de se utilizar os sambas enredos, como ferramenta do ensino de
história, visa aproximar os alunos de experiências culturais, ao mesmo tempo em
que propõe que esse trabalho seja complementado por meio da pesquisa com fontes
históricas, já que Monteiro (2007, p. 82) afirma que: “Professores e alunos são
sujeitos e, portadores de visões de mundo e interesses diferenciados, que
estabelecem relações entre si com múltiplas possibilidades de apropriação e
interpretação”, e não são meramente reprodutores e assimiladores de
conhecimento produzido pela academia, tornando o ensino, uma via de mão dupla,
em que professores e alunos adquirem novos conhecimentos através de um processo
singular de trabalho com as diversas fontes, incluindo aqui, os sambas enredos.
FIGURA 4. A Mangueira colocando nossos verdadeiros heróis em seus devidos lugares. Fonte: Site oficial da Estação Primeira de Mangueira (2019).
Podemos observar em Napolitano (2012, p. 11-12), que
a música popular está intimamente ligada ao processo histórico de urbanização e
desenvolvimento tecnológico industrial no Brasil, o que pode ampliar nosso
leque de possibilidades em sala de aula, indo além da temática iniciada pelo
samba enredo, perspectiva que vai de encontro ao que propõe Lucindo (2015), em
seu trabalho, que explana o uso dos sambas-enredo para a construção do
conhecimento histórico escolar acerca da cultura afro-brasileira, propondo uma
análise do samba enredo em sala de aula, levando em conta, não somente a letra,
mas também autoria, música, contexto, ideologias, entre outros pontos,
sugerindo que o alunado criem hipóteses acerca das temáticas trabalhadas.
Fechando com chave de ouro seu desfile, a Estação
Primeira faz uma homenagem aos “heróis” do samba recente, citando a cantora e
compositora Leci Brandão e seu “eteno” intérprete, José Bispo Clementino dos
Santos, conhecido no mundo do samba, como “Jamelão”, falecido em 2008, aos 95
anos de idade. Outra homenagem marcante foi para a vereadora Marielle Franco,
assassinada em março de 2018, o que levou muitos a criticarem a vitória da
escola verde e rosa, dizendo que o apelo político ajudou a agremiação e comoveu
o júri, porém a representatividade da vereadora, pobre, negra, favelada, lésbica,
feminista, vai além, pois incontáveis “Marielles’ foram e serão mortas por uma
elite que sempre se impôs e assim se fizeram “heróis” e estamparam livros,
viraram retratos e estátuas, escondendo a verdadeira história do povo
brasileiro.
FIGURA 5.
Encerramento do desfile com homenagem aos “heróis” da Mangueira e a Vereadora
Marielle Franco, com a bandeira do Brasil estilizada em verde e rosa com os
dizeres: “índios, negros e pobres” no lugar do “Ordem e Progresso”. Fonte: Blog
do Carrano (2019).
Referências
Aristides
Leo Pardo é especialista em Geografia, História e Meio Ambiente, pela FAVENI (2017)
e em História: Cultura, Memória e Patrimônio, pela UNESPAR/UV (2014),
Historiador formado pela mesma instituição (2014) e Bacharel em Comunicação Social,
com habilitação em Jornalismo, pela Faculdade de Filosofia de Campos - FAFIC, (2007).
Contato: tidejor@gmail.com
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica. Brasília: MEC, SED, DICEI, 2013. Disponível em Acesso em 12 out.
2016.
CARRANO, Paulo. Blog do Carrano. Disponível em: https://paulocarrano.blog/2019/03/05/mangueira-2019-desfile-completo/
LUCINDO, Willian Robson Soares. “Acende
a vela Iaiá, Senta no toco Ioiô, Sou negro velho, Tenho histórias ‘prá’
contar”: uso de sambas-enredo como recurso de construção do conhecimento
histórico escolar. In: XXVIII Simpósio Nacional de História, jul de 2015,
Florianópolis, SC.
MANGUEIRA, Estação Primeira de. http://mangueira.com.br
MONTEIRO, Ana Maria. Professores de História: entre saberes e práticas. Rio de Janeiro:
Mauad X, 2007.
NAPOLITANO, Marcos. História & Música. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
VAYNE, Paul Marie. Como se escreve a história; Foucault revoluciona a história.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.
FONTES:
G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel.
Samba Enredo 1995 - Padre Miguel, Olhai
Por Nós. Disponível em: https://www.letras.mus.br/mocidade-independente-de-padre-miguel/473680/
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira. Samba
Enredo 2009 - A Mangueira Traz Os Brasis
do Brasil Mostrando a Formação do Povo Brasileiro. Disponível em: https://www.letras.mus.br/mangueira-rj/1359838/
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira. Samba
Enredo 2019 - Histórias Para Ninar Gente
Grande. Disponível em: https://www.letras.mus.br/mangueira-rj/samba-enredo-2019-historias-para-ninar-gente-grande/#radio:mangueira-rj
Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirNa sua opinião o samba enredo das escolas de samba deveria ser abordado em salas de aula na região que você atua??
Sueli Eva kwasniewski
Obrigado pela pergunta. Sem dúvidas, apesar de sofrer bastante resistência aqui na região, o samba é uma referência cultural do Brasil e nos trás bastante subsídios para serem abordados em sala de aula, sendo mais uma ferramenta de ensino.
ResponderExcluirParabéns pelo texto e por ter uilizado outro samba enredo como referência do trabalho. Como você vê na região Sul (eu sei que no Rio Grande do Sul há escolas de samba e desfiles) a abordagem sobre a utilização de sambas enredos em sala de aula e de que forma esta metodologia pode abrir outros caminhos para a instituição escolar no ensino de história?
ResponderExcluirEm Porto Alegre e Florianópolis existem bons desfiles carnavalescos e as temáticas históricas são bem exploradas pelas agremiações e também por professores, porém, em cidade menores, de colonização europeia fica mais difícil, mas eu sempre utilizo, já que tenho um bom acervo de áudios e vídeos (sou carioca e apaixonado pelas Escolas de Samba), assim abro uma nova perspectiva de aprendizagem, com o objetivo de despertar o interesse no alunado.
ResponderExcluirOutros sambas enredos desse ano também retrataram alguns períodos de nossa história. Para você, porque só a Mangueira mereceu destaque, para além de ter obtido o campeonato?
ResponderExcluirCarlos Mizael dos Santos Silva
A Questão do campeonato não vou comentar, pois é opinião de cada jurado. Apesar de algumas escolas trazerem temas históricos, a Mangueira trouxe o novo, um tema que até mesmo muitos historiadores desconhecem, além de ter seu samba sido considerado um dos melhores dos últimos anos. O desfile mangueirense foi aclamado pelo público e pela crítica e na minha opinião foi um dos melhores sim. Deixo bem claro que não sou simpatizante desta escola.
ExcluirParabéns pelo texto. É muito interessante ver como as escolas de samba, com esse aparato histórico, assumem a posição de defensora da sociedade, usando sua arte como um protesto, como um instrumento de luta e de superação. Gostaria se saber, como essa arte ou outros tipos de arte como um instrumento de resistência as dominações, pode atribuir aos jovens negros, indígenas, pobres um instrumento de identidade cultural?
ResponderExcluirCamila dos Santos da Costa
Boa Noite Camila. Obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. Falando especialmente no pobre e no negro, já que não temos indígenas aqui na cidade (A elite matou quase todos e expulsou os que ficaram), o sentimento de pertencimento é aflorado na hora, o brilho no olhar quando os alunos sabem de reis e rainhas, heróis e heroínas negros são logo percebidos. Esse sentimento faz que o interesse na busca por mais conhecimento sobre as personagens aflorem e faz com que a História seja melhor compreendida. Espero ter conseguido responder sua pergunta. Abraços.
ExcluirMuito obrigada pela resposta. Acho de extrema importância esse pertencimento, quando o negro reconhece sua força e sua luta paradigmas são rompidos. É ESSENCIAL, toda a sociedade esclarecida romper esse cíclo de racismo e visões eurocêntricas, parabéns mesmo.
ExcluirPrimeiramente,parabéns pelo texto!Porém,gostaria de saber sua opinião sobre a construção historiográfica brasileira.E o porquê dessa "História que a História não conta" não ganhar muito espaço mesmo no mundo acadêmico.
ResponderExcluirThiago Mendes da Silva
Boa Noite Thiago. Obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. A versão pela ótica "dos perdedores" não tem muita divulgação, pois foi um projeto das elites que dura até hoje, como por exemplo, o ex-ministro negar a existência de uma Ditadura no Brasil. Quanto o assunto no âmbito Acadêmico, eu discordo da sua posição, já que varia de instituição para instituição, já que existem livros e trabalhos acadêmicos sobre essa temática. Espero ter conseguido responder sua pergunta. Abraços.
ExcluirPrezado Aristides, saudações e estimas de grande respeito.
ResponderExcluirInicialmente, me sinto tocado pelo seu texto mediante a criatividade do tema e a metodologia utilizada em seu trabalho. Além disso, a temática é de suma relevância em um cenário de grandes desigualdades sociais, necessitando ser incorporado na prática docente de forma que situe esses sujeitos no cerne dos problemas que os cercam, nesse caso, mostrar um outro lado da história, a qual foi silenciada por falsos heróis, propagada por uma cultura branqueada e opressora.
Um dos pontos mais importantes do samba faz jus a descaracterização dos falsos heróis e a contemplação de pessoas negras que se destacaram na luta por uma espaço mais oportuno, de igualdade e, em muitos casos, pagaram um preço por isso. Logo, fica claro que estamos diante de uma história esquecida que precisa reascender em prol de uma sociedade mais justa.
Assim, a partir de sua proposta de utilização de samba-enredo como metodologia para o ensino de história, de que forma acredita-se que tais ações possam trazer uma vivência mais significativa e um aprendizado eficiente a tais educandos? Como competir com a grande mídia que vem propagando uma imagem inversa da proposta trazida pelo samba da Mangueira? E, mais ainda, como fazer essa relação entre os conteúdos descontextualizados dos livros didáticos e essa nova metodologia proposta em seu texto, levando em conta que uma vai de encontro a outra?
Atenciosamente,
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Universidade Federal do Oeste do Pará.
Boa Noite Lucas e obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. A Concorrência com as grandes mídias e com a "História Oficial" (ou oficializada é grande, mas o objetivo é mostrar que existe o outro lado e que a História que se difunde é a escrita pelas elites, os "Vencedores", por ocasião do desfile da Mangueira, vários ex-alunos (até os que não utilizei esta metodologia) me chamaram pelo face para comentar sobre o assunto, pois todos os personagens retratados no samba, eles já conheciam de minhas aulas, o que faz perceber que estou no caminho certo. Espero ter respondido sua pergunta. Abraços.
ExcluirComo eu posso desconstruir a ideia negativa que o carnaval tem para poder utiliza-lo como referência em sala de aula ? Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirBoa Noite Bárbara. Obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. Para se trabalhar com o samba, primeiro os alunos precisam conhecer sua origem e trajetória, desde os tempos em que era proibido, até os dias atuais, quando se tornou uma das principais representações da cultura brasileira em todo o mundo. Em centros em que o samba é bem difundido (Rio, SP, Florianópolis, Porto Alegre, entre outros) é mais fácil trabalhar com essa temática e vários trabalhos envolvendo sambas-Enredos e o Ensino de História (de Geografia e Sociologia também) foram e são publicados. Já em locais em que o samba não faz parte do cotidiano (como no meu caso) o jeito é ir mesclando essa metodologia com outras para que se consiga o objetivo final, que é passar conteúdos históricos de reflexão de uma maneira diferente. Espero ter conseguido responder a sua pergunta. Abraços.
ExcluirÓtimo texto! Primeiramente parabéns
ResponderExcluirAtualmente podemos perceber que os docentes tem utilizado cada vez mais de elementos culturais em suas aulas. Como exemplo temos o cinema, a imagem, fotografia, e como você mesmo apontou em seu texto o samba de enredo.
Para análise de imagem autor Panofsky aponta um método, por exemplo. No entanto muitas vezes vemos a utilização desses elementos como ilustração apenas. Como você considera que podemos superar isso?
Suelem Cristina de Abreu
Boa Noite Suelem. Obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. Eu não conheço o autor citado, porém ao trabalhar com uma fonte imagética, explano para meus alunos que devemos "ler" as imagens, observar os detalhes, pois somente desta forma podemos fazer valer a máxima de que "Uma imagem vale mai do que mil palavras". Espero ter conseguido responder a sua pergunta. Abraços.
ExcluirExcelente texto Aristides, em dias atuais assim como no passado temas como estes o samba entre outras formas de demonstrações de nossa própria cultura não somente nas salas de aula mas em toda nossa sociedade não tem seu devido valor, você acredita que isso seja resultado de um certo complexo de vira lata ainda existente e de uma grande valorização daquilo que vem de fora? como dos EUA por exemplo com o Halloween entre muitos outros casos alem de uma falta de discussão sobre isso e nossa cultura? Getúlio Yukio Kinoshita
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa Noite. Getúlio. Obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. Concordo plenamente quando você diz sobre o nosso "Complexo de Vira Lata", colocado pela primeira vez, pelo grande dramaturgo Nelson Rodrigues. O Halloween é o grande exemplo disso e falo sempre para meus alunos, querem copiar coisa de fora, copie ao menos a "Festa dos mortos" mexicana, que é muito mais legal. Procuro utilizar lendas brasileiras e exemplos, que valorizem a cultura nacional, porém, a concorrência das grandes mídias, acaba sendo desleal. Espero ter conseguido responder a sua pergunta. Abraços.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa noite, caro Aristides, gostaria de parabenizá-lo pela publicação do texto.
ResponderExcluirInicialmente gostaria de destacar que achei sua abordagem muito interessante.
Gostaria de saber seu ponto de vista sobre a utilização de sambas que não possuem uma letra que dialogue diretamente com a História, como um recurso em sala de aula, visando estabelecer uma relação transversal com outras disciplinas, como a filosofia e a sociologia por exemplo.
Você acha esta abordagem viável e eficiente?
Extrapolando um pouco mais a temática, que outros rítios você considera viáveis e/ou eficientes para serem aplicados em sala de aula, visando dar voz às minorias e ao mesmo tempo mantendo a qualidade no processo de ensino-aprendizagem?
Cordialmente,
Rafael de Medeiros Alves.
Boa Noite Rafael. Obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. Acho plausível e bem oportuno a utilização de sambas enredo para as matérias citadas e também a exploração das letras dos mesmos para o Ensino de Língua Portuguesa. Viável sem dúvida é, eficiente somente a experimentação vai dizer. Outros ritmos também podem ser utilizados, dependendo da temática trabalhada, no meu caso uso bastante. Espero ter conseguido responder a sua pergunta. Abraços.
ExcluirOlá, Boa noite.
ResponderExcluirPrimeiramente, desejo-lhe meus sinceros parabéns pelo texto.
Eu já tive a oportunidade de fazer uso de sambas enredos em sala de aula e a recepção por parte dos meus alunos (basicamente negros moradores de favela) foi bastante satisfatória pra mim, e esse fato acabou me trazendo ao seu texto - além do fato de ser apaixonada por samba e história. Entretanto, sinto que mesmo com o respaldo legal sobre o ensino de história da africa nas escolas, ainda há uma resistência, muitas vezes não partindo dos alunos, mas dos pais - esses, por sua vez, embasados em preconceitos religioso e com uma percepção conservadora - que muitas vezes consideram o estudos do povo afro-brasileiro como não tão importante quanto a perspectiva eurocêntrica da história. O senhor consideraria esse posicionamento como um desdobramento dessa "história que a historia não contou"?. Além disso, que mecanismos o senhor aconselharia a usar em sala de aula como forma de valorizar o capital cultural dessas crianças?
Atenciosamente,
Núbia de Sousa Rodrigues.
Boa Noite Núbia. Sei muito bem como é a resistência contra o ensino da história africana e afro-brasileira, pois já tive alguns problemas com isso, principalmente com pais seguidores das religiões neo-pentecostais. Claro que esse conservadorismo é decorrente da História contada (ou mal contada) pelas eleítes ao longo dos anos e nosso atual momento, vejo que dias terríveis virão pela frente. Espero ter conseguido responder a sua pergunta. Abraços.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAristides Leo Pardo, parabéns pelo seu artigo!
ResponderExcluirDiscutimos em aulas na universidade esse tema, e é interessante pensar que a história narrada nos enredos que devia ser a base do nosso conhecimento como cidadãos brasileiros, vem esclarecer a nossa constituição e nossas lutas através do Carnaval por tantos criticado, sendo ele um universo de cultura e diversidade.
Da mesma forma que a inserção da cultura afro-brasileira e a história da África não se dão apenas em aulas direcionadas, mas na interdisciplinaridade e nas falas diárias inserindo a presença do negro onde antes estava silenciada, as mídias podem e devem ser problematizadas sejam elas "fake news" ou não.
Parabenizo novamente, e coloco que seria muito interessante se a população tomasse gosto em P.U e U.V.A em levar enredos que contém a história da nossa região e que fortaleçam a identidade local. Isso poderia fazer com que a valorização do conhecimento se colocasse a frente do progresso por ele mesmo.
Gostaria de saber da sua experiência no uso dessas músicas e a recepção dos alunos por meio dessa análise proposta.
Boa Noite Libiane. A recepção varia de escola para escola, porém muitos alunos acabam não se interessando, já que foge um pouco da cultura local, mas a gente vai tentando sempre e plantando a sementinha. Abraços.
ExcluirOlá, Aristides!
ResponderExcluirNo texto você comenta que utiliza sambas enredo em suas aulas, ainda que atue em uma região em que eles não gozam de grande popularidade. Gostaria de saber como os alunos reagem a essa utilização dos sambas enredo.
Parabéns pelo texto e pela iniciativa de levar os sambas enredo para sala de aula, adorei a ideia!
Mariana Dalla Vecchia
Boa Noite Mariana. A Maioria torce o nariz inicialmente e muitos acham interessante, pois é uma dinâmica diferente, em que muitos nem conheciam e acabo fazendo esse primeiro contato com o samba.
ExcluirNossa parabéns pelo texto foi um dos melhores que li até aqui, ,nunca tinha parado pra pensar na riqueza de conhecimento que há dentro de um enredo de samba.
ResponderExcluirBoa Noite Suely e obrigado pelo elogio e por prestigiar meu texto.
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