CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA:
O JONGO COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE HISTÓRICA E SOCIAL
É inegável
a presença negra no Brasil, levando em conta toda a dinâmica da diáspora
africana e as ondas migratórias, o Brasil se tornou um país extremamente
plural, multicultural e diversificado. Pessoas de diferentes etnias e regiões
da África foram trazidas compulsoriamente para o Brasil para alimentar o
sistema escravista que movia a economia, mas o legado africano não ficou
restrito à mão de obra escrava. Por mais que no século XIX e inicio do século
XX tenha ocorrido um grandioso processo de ocultação, apoiado pelo governo com
políticas racialistas a fim de camuflar e apagar essa herança negra, hoje é
possível detectar a presença dessa herança em todas as partes do país, até
mesmo nas regiões mais extremas e também nas que fingem que o negro não existe.
Nosso
cotidiano é repleto de influência negra nos mais variados aspectos. Podemos
perceber a forte presença africana no nosso vocabulário, como nos demonstra o
trabalho de Mendonça (2012), que busca identificar as origens de termos
específicos que estão diretamente ligados ao nosso vocabulário, como por
exemplo: cafuné, quitute, quitanda, muamba, engambelar, cachimbo, e etc.
Outro campo
onde a influência africana se faz presente é o campo religioso, como demonstra
Silva (2014) em seu texto “A cultura afro como norteadora da cultura
brasileira”, reconhecendo a inegável presença africana nas diversas religiões
que se manifestam de inúmeras formas em todo o território nacional. O que chama
atenção em algumas obras que abordam a questão da influencia africana sobre a
religiosidade, dizem respeito à igreja católica. Autores trabalham com a tese
de que a influência africana modificou a religião católica para atingir
representatividade em meio ao público africano, desdobrando a imagem de nossa
senhora em inúmeras representações, como é o caso da Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, uma santa negra que facilitaria a sobreposição da figura sacra
católica sobre as figuras sacras dos cultos africanos. Gruzinski (2006) também escreve sobre essa perspectiva
de desapropriação das imagens para sobreposição de uma cultura, a análise de
Gruzinski (2006) é mais aprofundada e remonta outro lugar social, mais
especificamente o estudo tem como foco a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe,
e sua representatividade no México como sobreposição das divindades cultuadas
pelos povos mesoamericanos da região, mas nada impede que possamos utilizar o
trabalho de Gruzinski (2006) como referencia para a análise do cenário
religioso brasileiro, o quê não é nosso objetivo nesse texto.
Outro campo
que fortemente emana a herança africana é o cenário musical. É indiscutível,
inegável e evidente os traços africanos na musica brasileira, desde o choro, o
samba, até o forró, o frevo, o axé, o rap, o funk e nos mais diversos ritmos e
estilos musicais brasileiros. Em sua monografia, Renato de Lyra Lemos (2013)
buscou defender o papel da música para uma africanização do pensamento, segundo
Lemos, a música brasileira é um forte armamento contra a colonização do
pensamento, analisando as representações do continente africano com base nas
composições, o autor reconhece o campo musical como uma ferramenta de
reconfiguração do imaginário. Nessa mesma perspectiva, Karoline Fin (2015)
reconhece a importância do uso da musica em sala de aula para trabalhar as questões
africanas, e as chamadas ‘brasilidades’.
Entendendo
os espaços citados acima como os lugares onde a sociedade brasileira tem
facilidade em reconhecer a influencia e a presença negra, concordo com o
diagnóstico social atribuído pela vereadora Jurema Batista, que reconhece o
negro como portador de uma “cidadania lúdica”, que o restringe aos campos
gastronômicos e culturais, mas o exclui do campo de representação política,
econômica e do acesso a educação formal. Precisamos voltar os olhos para a ideia
lançada pela entrevista da escritora Conceição Evaristo, onde a mesma reconhece
a cidadania lúdica e chama atenção para o branqueamento do negro quando ocorre
à ascensão social, como foi o caso de Machado de Assis, e das dificuldades dos
negros quando buscam ocupar espaço em um ambiente que transcenda o lugar da
cidadania lúdica, como foi o caso do poeta Cruz e Souza.
É com
imensa tristeza e pesar que presenciamos, em pleno no século XXI, uma sociedade
extremamente preconceituosa e segregativa quanto ao povo negro. Reflexo de um
país que não valoriza sua história, não investe em educação e fecha os olhos
para os problemas sociais desde tempos antigos, essa é uma herança nacional que
devemos nos livrar. A análise da conjuntura nacional com relação a esses fatos
pode deixar qualquer pessoa à beira da depressão, ainda mais se pensarmos que
130 anos após a abolição da escravidão, o Brasil continua extremamente
segregativo.
Tá, mas o que isso tem a ver com o
Jongo?
O Jongo
praticado e presente hoje no sudeste brasileiro é uma prática cultural que
sintetiza diversos elementos da cultura africana e afro-brasileira, como por
exemplo: a música, a dança, a culinária, a linguagem, os ensinamentos, a
religiosidade, a educação, o misticismo, política de resistência e crítica à
sociedade ocidental. O presente texto pretende entender o jongo como
protagonista de uma história cultural e social, utilizaremos o jongo como uma
fonte extremamente rica e diversificada de onde é possível encontrar e
trabalhar com a história dos indivíduos que por vezes não são considerados
sujeitos históricos pela historiografia. Quando entendemos a prática cultural
do Jongo como fonte histórica, além de possibilitar uma pesquisa no caráter da
história cultural do social, torna-se extremamente viável uma pesquisa que use
uma metodologia da história vista de baixo, inspirada em E.P Thompson e Eric
Hobsbawn, no qual o jongo e as experiências coletivas dos indivíduos
praticantes servirão como matriz para o entendimento de um processo macro. Ao
invés de reconhecermos a influência africana de maneira isolada no espaço
destinado à cidadania lúdica ou restrita à figura de alguns sujeitos históricos
que ganharam visibilidade nacional e internacional, o jongo nos possibilita o
reconhecimento de uma realidade coletiva, plural e ao mesmo tempo individual
por conta das memórias pessoais dos praticantes que muitas vezes dialogam entre
si.
O jongo hoje
É
extremamente complicado definir o quê é o Jongo. Segundo o dossiê do IPHAN
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o jongo é uma
expressão afro-brasileira que engloba a dança, a percussão, o canto, numa
espécie de dança de roda. Ainda segundo o dossiê do IPHAN, entendemos o jongo
como uma prática fortemente influenciada pela tradição dos povos nagôs.
Inicialmente o jongo se consolidou e se apresentou pioneiramente nas fazendas
de café do vale do Rio Paraíba Sul, e em regiões banhadas por esse rio que
contemplam os estados do Espirito Santos, São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro. Hoje o jongo pode ser encontrado em diversos lugares, tendo em vista o
intenso fluxo migratório nacional que acarretou na propagação e adaptação da
prática cultural. Além da mudança do espaço, o jongo também se ressignificou,
como explica Gessica Justino (2013) que analisou a presença da cultura do jongo
na cidade do Rio de Janeiro, constatando então algumas rupturas com o que
chamaremos de jongo tradicional. De acordo com o trabalho da autora, percebemos
que com a morte dos jongueiros mais velhos a tradição do jongo entrou em
declínio e foi praticamente extinto. Para ressuscitar essa prática cultural, o
Mestre Darcy do Jongo, filho da conhecida rezadeira do morro da serrinha, Vovó
Maria Joana, efetuou algumas modificações a fim de popularizar e divulgar o
jongo, como foi o caso da implementação de novos instrumentos musicais que até
então não eram comuns nas rodas de jongo, como por exemplo, o violino e o
berimbau.
Mestre
Darcy levou a cultura do jongo para o palco mesmo sob maus olhos da comunidade
jongueira tradicional, que viam sua prática simbólica, ancestral e sagrada
sendo conduzida e explorada para o âmbito comercial. Além do mais, Mestre Darcy
desenvolveu um passo didático chamado “tabiá”, que facilitaria a aprendizagem das
crianças. Essa atitude pedagógica também feriu a tradição dos jongueiros
tradicionais, pois, no jongo tradicional as crianças não tinham autorização
para participar das rodas de jongo. Segundo Antônio Nascimento Fernandes (RIOS e MATTOS, 2005, p. 288-289), conhecido
como Toninho, que em 2004 foi vice presidente da Associação de Comunidades de
Quilombo do Estado do Rio de Janeiro, uma explicação para a proibição da
participação das crianças tem relação direta com o cotidiano do jongo
tradicional na época da escravidão, Toninho cita que um dos papeis fundamentais
da roda de jongo no período da escravidão era comunicar e organizar fugas por
meio dos misteriosos dialetos que somente os jongueiros saberiam decifrar, até
que um dia uma criança revelou o plano e desde então os mais velhos proíbem a
participação dos jovens.
Ainda
tomando como base o trabalho de Justino (2013), outras práticas foram
modificadas, como é o caso da dança do jongo, tradicionalmente conhecida como
‘umbigada’, teve origem em rituais de celebração da fertilidade, elemento
fundamental do jongo que por ser uma dança da fertilidade deveria ser dançada
por casais, e segundo Justino, atualmente permite-se que pessoas do mesmo sexo
dancem. A autora relaciona esse fato com a questão do empoderamento e ascensão
da mulher na sociedade. A autora destaca diversos elementos que distanciam o
jongo atual do tradicional, cita uma quebra de disciplina e hierarquia, que é
um elemento fundamental do jongo tradicional, os dançantes não cumprimentam os
tambores, os pontos são cantados de maneira aleatória e ilustrativa,
descaracterizando a demanda e os desafios lançados no jongo tradicional,
qualquer pessoa pode participar, não se respeita a hierarquia dos mais velhos e
inúmeros outros fatores. Interessante que Justino (2013) cita em seu texto que
atualmente alguns grupos de jongo são liderados e compostos por jovens
praticantes de classe média alta, branca e propagado por esse grupo, tornando
então o jongo quase irreconhecível.
A
constatação de Justino (2013) corrobora com o registro feito por Renato de
Alcantara (2008) em seu texto, no qual relata a experiência de um jongueiro
chamado Décio Teobaldo que narra um acontecido em uma roda de jongo por volta
dos anos 2000, onde diversas pessoas de fora estavam direta ou indiretamente
participando da roda através dos cantos, das palmas e alguns até se arriscando
a rufar os tambores, ignorando completamente a tradição e os significados da
prática. Para alerta-los os jongueiros cantaram o seguinte ponto:
Tatu ta cavucano
A catacumba do meu pai
Pra baixo ele não desce
Pra cima ele não sai
Segundo
Alcântara, esse ponto tem um forte significado:
“O ponto
adverte duramente os que tentam penetrar, como o tatu, numa cultura que
desconhecem. Ele não pode atingir os mistérios da ancestralidade, a que se
refere à catacumba; nem é capaz de voltar à tona, com a informação incompleta,
para passa-la adiante. Assim, o aventureiro fica no limbo, amarrado, parado.”
O trabalho
de Ione Maria do Carmo (2015) também retrata a questão da ruptura com a raiz
tradicional com relação à religiosidade. A autora analisa depoimentos de
diversas autoridades e representantes das comunidades jongueiras acerca da
ligação entre o jongo e a religiosidade. Essa é uma questão complicada, é muito
difícil elaborar explicação homogênea que classifique e qualifique o jongo. Nas
diferentes comunidades jongueiras o jongo é entendido de distintas maneiras,
com alguns elementos que os unem.
A questão
da ligação com a religiosidade se dá pela compreensão de alguns jongueiros que
entendem o jongo como uma prática mística e intrinsecamente ligada à
religiosidade tradicional, acreditando que o jongo é uma prática diretamente
relacionada e ligada à linha das almas e dos pretos-velhos. A autora sintetiza informações das
comunidades que assumem essa herança religiosa e continuam a praticando, como é
o caso da comunidade de São José da Serra. Mas a problemática levantada é que
algumas comunidades buscam se distanciar dessa tradição por conta do
preconceito que recai sobre os praticantes. Carmo (2015) cita a comunidade do
quilombo da Rasa, que tem como líder a Marta, diaconisa da igreja assembleia de
Deus. Marta assume a resistência da comunidade quanto a prática do jongo pela
relação direta com rituais presentes nas religiões afro-brasileiras, citando a
umbanda e o candomblé.
O
jongo tradicional
De acordo
com Maria Lívia Roriz Aguiar (2016), o
jongo é uma prática cultural proveniente da diáspora africana, que se
consolidou principalmente no cotidiano das fazendas de café e cana de açúcar no
sudeste brasileiro, mais precisamente na região do Rio Paraíba, influenciado
significativamente por práticas tradicionais dos povos bantos. Ainda segundo
Aguiar (2016), entendemos o jongo como uma prática comunicacional, onde
diversos indivíduos provindos da diáspora africana se identificavam e se
comunicavam através de gestos, batuques e cantorias.
Segundo
Justino (2013), o jongo era praticando nos terreiros em frente as senzalas, os
praticantes se reuniam de uma roda próximo a uma fogueira que que tinha por
função aquecer o coro dos tambores para facilitar a afinação do instrumento,
além do fogo servir para o preparo de alimentos que sustentavam os praticantes
durante o tempo que durasse a roda, amendoins e batatas eram os alimentos assados
na fogueira.
Os tambores
tinham/tem destaque principal nas rodas de jongo, geralmente chamados de
angoma, que segundo Alcantara (2008) é um termo genérico derivado do kikongo ou
kimbundu com um significado similar. Geralmente a angoma é composta por dois
tambores, o maior é o tambu, também chamado de caxambu, que é responsável pelo
som grave, e o candongueiro, tambor médio. O papel dos tambores nas rodas de
jongo transcende o conceito de simples instrumento musical, Segundo o jongueiro
Pedrão, citado na dissertação de Luiz Rufino Rodrigues Junior (2013), o tambor
é uma espécie de portal que conecta o tempo e invoca espíritos do passado.
O tambor, o
angoma fala pelos jongueiros. É a voz dos ancestrais, daqueles jongueiros
velhos que já partiram. Por isso não se bota o cotovelo no tambor, pois assim você
está calando os mais velhos, ancestrais. Quando se toca o tambor, já é o
contrário, estamos chamando esses que partiram para a conversa. (Jongueiro
Pedrão; in dissertação RUFINO, Luiz. 2013)
A fim de
descrever a importância do tambor para a prática do jongo, Renato de Alcantara
(2008) aborda uma perspectiva pitoresca analisando os elementos simbólicos da
confecção e utilização do mesmo.
"O tambor [...] torna-se elo relacional entre os planos terreno e metafísico, pois agrega a força vital do animal que fornece o couro, do vegetal que cede a madeira e da terra, que fornece o alimento para os últimos e a fixação de tudo com o uso de minerais metálicos. Por ultimo, o fogo, além de ser utilizado para escavar o tronco, é fundamental para garantir a afinação do couro". (ALCANTARA, 2008)
Da mesma
maneira, a dança de roda presente no jongo também é um elo tradicional. Com
base no trabalho de Justinho (2013), podemos perceber que uma das danças
presentes no jongo é a umbigada, a autora relata que para o povo bantu o umbigo
é a nossa primeira boca, o primeiro meio de comunicação com o mundo. A dança da umbigada é praticada por casais,
um de cada vez, no centro da roda do jongo. O casal se comunica pelo olhar e
durante os passos se aproximam, de modo a quase encostar os umbigos, mas sem
contato físico. Segundo a autora, a dança da umbigada celebra a tradição e a
fertilidade, é uma forma de reconectar às origens simbolizadas pela conexão do
umbigo com a energia dos antepassados, e também simboliza a fertilidade por
conta do casal e de uma futura ligação através do cordão umbilical com uma
possível próxima geração.
O outro
ponto chave para a compreensão parcial a respeito do jongo são os pontos. Para
os jongueiros tradicionais os pontos cantados tinham um enorme peso por conta
da tradição oral em que estavam submetidos, já que aparentemente o povo bantu
não era acostumado à transmitir seus conhecimentos através das palavras
escritas. Os pontos eram recheados de simbolismos e mistérios que somente os
jongueiros saberiam decifrar o verdadeiro significado, já que um mesmo ponto
pode ser interpretado de diversas maneiras de acordo com a situação. Os
jongueiros se sentiam obrigados a desatar os pontos por conta
de uma cobrança moral e estética do grupo, que considerava a pessoa que não
soubesse desatar o ponto como “amarrado”. Depoimentos sugerem que os jongueiros
que não conseguissem desatar esses pontos estavam expostos a diversos tipos de
revezes, como por exemplo; desmaiar, se perder na mata, e até mesmo morrer
subitamente. Para evitar que isso acontecesse os jongueiros se precaviam de
todas as maneiras possíveis, era comum que os participantes utilizassem um ramo
de arruda atrás da orelha durante as demandas para evitar ficarem amarrados,
outros preferiam fincar um punhal num pé de bananeira para se proteger.
Além da
tríade composta pela dança, pelo tambor e pelo ponto, nas rodas de jongo existe
um enorme amalgama de códigos de conduta, como é o caso da hereditariedade dos
jongueiros, a postura quanto as pessoas mais velhas e os inúmeros códigos
presentes na prática. Percebemos então
um rico espaço de valores e sentimentos compartilhados que transcendem a
possibilidade de transcrever em um único texto.
O jongo é a
prática da vida e teve papel fundamental no contexto brasileiro do século XVIII
e XIX na resistência contra a escravidão e como espaço de unidade e
sociabilidade. Com base nos textos analisados é impossível negar a imensa
contribuição do jongo para o Brasil, os jongueiros do século XVIII XIX se comunicavam, organizavam suas fugas e
demais afazeres que não eram do interesse do “senhor” camuflados no jongo,
tanto as mensagens presentes nos pontos que deveriam ser decifrados, quanto na
cadência do tambor e também nos passos da dança. Não somente pela questão da
organização das fugas, a importância de se estudar o jongo é o reconhecimento e
o desvendamento de uma sociedade regida por uma imensa gama de códigos de
conduta, com sua organização social própria, seu propósito, suas políticas e
complexidades. O jongo é religião, é poesia, é resistência, é festa. Fato é que
o jongo não foi algo isolado que ficou restrito à determinado período da
história do Brasil, o jongo influenciou diretamente a musica popular
brasileira, sendo considerado o avô do samba.
Referências:
Hemerson
dos Santos Junior é graduado em Licenciatura em História pela Universidade
Estadual do Paraná-União da Vitória. Atualmente é mestrando em História Social pela
Universidade Federal da Bahia, linha de pesquisa Escravidão e Invenção da
Liberdade.
ALCANTARA,
Renato de. A tradição da narrativa no Jongo. -Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade
de Letras, 2008.
CARMO, Ione
Maria do. Entre o discurso e a prática: o debate em torno da relação jongo e
religiosidade e a performance no encontro de jongueiros. XXVIII simpósio
nacional de história. Florianópolis - 27-31 de julho de 2015.
FIN,
Karoline. As influências africanas na música e nas musicalidades brasileiras
como objeto de estudo nas aulas de história. XXVIII simpósio nacional de
história. Florianópolis –SC - 27-31 de julho de 2015.
GRUZINSKI,
Serge. A guerra das imagens: de Cristóvão Colombo a Blade Runner (1492-2019).
São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
JUSTINO,
Gessica. MATRIZES; um olhar sobre a cultura do jongo na cidade do Rio de
Janeiro. Anais eletrônicos do XVI congresso brasileiro de folclore UFSC,
Florianópolis, 14 a 18 de outubro de 2013.
LEMOS,
Renato De Lyra. Antes De Ser Brasileiro Eu Sou Preto: representações de África
no imaginário da música popular brasileira. Monografia. Universidade Federal de
Pernambuco: 2013.
MENDONÇA,
Renato. A influência africana no português do Brasil. Brasília: FUNAG, 2012.
RIOS, Ana
Lugão e MATTOS, Hebe. Memórias do cativeiro: família, trabalho e cidadania no
pós abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
RUFINO,
Luiz. Ah, meu filho o Jongo tem suas mumunhas!”: um estudo com os jongueiros e
suas narrativas. Dissertação de Mestrado. Mestrado em Educação da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UERJ, 2013.
SILVA,
Helder Kuiawinski da. A cultura afro como norteadora da cultura brasileira. v.
28, n. 144. Erechim: Perspectiva, 2014.
Olá, Saudações.
ResponderExcluirInicialmente digo que gostei da forma fluida da escrita. Gostaria que você, se possível, explanasse sobre a relação entre a fundamentação teórica em Thompson e o conceito de tradicionalismo, utilizado ao longo do texto.
Desde já agradeço.
Ass: Renato Pasti
Boa noite, Renato!!
ExcluirPois bem, o presente texto é fruto de uma pesquisa mais ampla sobre o agenciamento escravista no sudeste brasileiro durante a segunda escravidão. Thompson entra quando pensamos o jongo como um costume manifestado dentro das fazendas cafeeiras, fruto de uma complexa experiência que envolve fatores econômicos globais e práticas culturais provindas da diáspora africana. Essa prática costumeira não é imutável, muito pelo contrário, tem sido ressignificada e apropriada de diferentes maneiras em diferentes contextos.
Agradeço a pergunta e espero ter respondido.
Atenciosamente,
Hemerson Junior
Primeiramente,parabéns pelo texto!Porém,gostaria de saber qual a sua opinião sobre o embranquecimento do jongo, tendo em vista que tal prática tem raízes religiosas e com essa apropriação estaria perdendo sua essência, que seria sua forma de resistência e toda a magia envolvida nas rodas de jongo?. Mesmo tendo ciência que é necessário que haja uma ampla divulgação da cultura afro brasileira em prol do combate ao preconceito.
ResponderExcluirThiago Mendes da Silva
Boa noite, Thiago!!!
ExcluirNão me faça pergunta difícil HAHAHAHA.
Então, a análise proposta no trabalho visa compreender o jongo como uma prática viva, dinâmica, situacional e cultural, gestada no agenciamento de indivíduos e grupos. O embranquecimento do jongo é algo a ser discutido junto as comunidades jongueiras, eu, como um outsider, me sinto inapto a opinar sobre essa questão =(
Agradeço pela pergunta e pela leitura do texto
Cordialmente,
Hemerson Junior
Olá seu texto é pertinente e contribui para uma reflexão sobre as manifestações culturais de raízes africana.
ResponderExcluirOlá, José!
ExcluirAgradeço pelo comentário ;)
Abraço,
Hemerson Junior