DOMINGOS
FERREIRA: MEMÓRIAS DE UM QUILOMBO
Esta comunicação pretende recontar
a trajetória histórica e a formação territorial da comunidade quilombola de
Domingos Ferreira localizada na zona rural do município de Tavares, sertão da
Paraíba, mais precisamente numa região de divisa com o estado de Pernambuco.
Até o ano de 1959, o município de Tavares foi parte do município de Princesa Isabel que, antes da
divisão de parte do seu território em outros municípios, abrigou também os
quilombos de Livramento e Fonseca, localizados hoje, respectivamente, em São
José de Princesa e Manaíra. 
Este
trabalho prioriza as narrativas, visões de mundo e experiências de homens e
mulheres do local em distintos contextos. A
proposta é analisar narrativas orais e escritos de memorialistas e
historiadores locais que retrataram as conseqüências e a participação do
Quilombo de Domingos Ferreira na chamada Guerra de Princesa, um movimento
armado, ocorrido no sertão da Paraíba em 1930, e que envolveu, de um lado, os
comandados do “coronel” José Pereira Lima e, de outro, as tropas da Polícia
Militar da Paraíba.
No Estado da
Paraíba existem hoje 38 comunidades quilombolas catalogadas, propomos aqui,
analisar os três
quilombos que se localizam na extrema porção oeste do antigo território de
Princesa, na zona fisiográfica do sertão, mais especificamente no Planalto da
Borborema, divisa entre os estados da Paraíba e de Pernambuco, próxima a um dos
pontos culminantes do Nordeste, o Pico do Papagaio, com 1.360 metros de
altitude, distantes 390 a 480 km da capital João Pessoa.
A comunidade quilombola do Domingos
Ferreira, esta localizada no município de Tavares, teve origem por volta do
século XVIII, quando chegaram nesta localidade os primeiros habitantes, guiados
por “Seu Domingos” que demarcou os limites territoriais do Sítio e se fez
proprietário das terras. A tradição local conta que Seu Domingos era ferreiro
de profissão e que tornou-se bastante 
conhecido  na  região. 
O povoamento só ocorreu posteriormente com a chegada  de 
José  Vieira  e, 
logo  após,  Marco 
Vieira  e  sua numerosa 
família.  Todos se dedicaram ao
trabalho na agricultura, nos engenhos e casas de farinha. Com o passar do
tempo, o sítio foi sendo chamado de Domingos Ferreira, como uma homenagem ao
seu primeiro habitante e dono das terras, Domingos Ferreiro. Observa-se que
houve uma corruptela do verdadeiro nome do proprietário.
É considerada hoje uma das
comunidades mais populosas do município 
de Tavares, tendo aproximadamente 40 famílias reconhecidas como
descendentes, ou remanescentes, de quilombolas. Tal processo de reconhecimento
é burocrático e segue uma sistematização que começa  com 
o  processo  administrativo  de 
regularização  dos  territórios 
quilombolas  e  é constituída   por  
relatório   antropológico,   relatório  
agronômico-ambiental,  
levantamento fundiário, mapa e memorial descritivo da área e relação das
famílias quilombolas cadastradas pelo INCRA.
No caso do Domingos Ferreira, a
certidão da Fundação Cultural Palmares foi emitida em 04/08/2008 e o processo
de RTID aberto em  no INCRA em 2011. A
fase final de todo procedimento foi a regularização fundiária, com a concessão
do título de propriedade coletiva, pró-indiviso em nome da Associação
Remanescentes de Quilombo Sitio Domingos Ferreira.
Situado entre os sítios  Riacho 
do  Meio,  Chapada, 
Anjo  Félix,  Lage  de 
Onça  e Macambira, o Domingos
Ferreira é cortado pelo  Riacho de Zé
Gabriel, que corta os sítio e demarca o limite com o Riacho do Meio. Além da
família Vieira, a mais numerosa, também destacam-se as famílias Gabriel, Lopes,
e Silva. Os estudos sobre o Domingos Ferreira e Fonseca estão todos baseados na
memória de seus moradores. Os estudos mais recentes se valem da metodologia da
História Oral que dão conta de que não havia escravidão e que havia casas de
farinha e produção de louças de barro, além da agricultura de subsistência e
prestação de serviço na forma de trabalhão alugado, que devido a precariedade
da relação trabalhista e do pagamento oferecido, era configurado, pelos
próprios negros, como uma discriminação e exploração, caracterizando um estado
de servidão. 
No aspecto lingüístico a influência
do modo banto no Brasil. Os moradores não pronunciam palavras em português
composta de consoante + consoante + vogal, mas no padrão consoante + vogal +
vogal. Um interessante estudo a esse respeito é feito pela pela  etnolinguista e doutora em língua africanas
Yeda Pessoa de Castro. Na dança, a presença do coco de roda e o nego nagô. 
Em 1930, o município de Princesa
Isabel, foi um  dos  cenários 
da  “Guerra  de 
Princesa”,  um  conflito 
armado  que  durou 
cinco  meses  e deixou 
um  rastro  de 
destruição  e  mortes 
em  toda  a 
região  (RODRIGUES,  1978; 
1981); (ANDRADE,  1980);  (LELIS, 
1930).  Tal acontecimento  culminou 
com  a  proclamação 
de “independência” do então município de Princesa, que na época abrangia
além de Tavares, as cidades de Água Branca, Juru, Imaculada, Manaíra e São José
de Princesa. Tal acontecimento teve implicações diretas sobre a vida de todos
os munícipes, sejam da zona urbana ou rural.
A Guerra de Princesa, ou Revolta de
Princesa, como ficou conhecida, foi um movimento armado que teve início no dia
24 de fevereiro de 1930 e se prolongou até 26 de julho do mesmo ano, data da
morte do presidente João Pessoa. O conflito teve início com o rompimento
político-partidário de um grupo de coronéis monopolizadores da economia do
Estado, representados na pessoa do coronel José Pereira Lima, e João Pessoa
Cavalcanti de Albuquerque, então presidente do Estado.
Para eclosão do  movimento 
concorreu  uma  série 
de  fatores,  dentre 
eles  a  própria investidura de João Pessoa no governo
do Estado, que ocorreu por determinação de Epitácio Pessoa, seu tio e principal
líder político da Paraíba. As medidas renovadoras implementadas pelo então  presidente 
do  Estado  tinham 
dois  focos  de 
atuação,  promover  o 
sistemático desprestígio aos coronéis e reerguer as finanças do Estado.
Para isso:
“(…) destituiu chefes políticos, demitiu juízes e promotores, removeu delegados e chefes de Mesas de Rendas, coletorias estaduais, promoveu cuidadosa triagem na nomeação dos novos prefeitos, desprezando a velha praxe de compadrio. Atingia, assim, alguns esteios do prestigio e da liderança dos detentores do mandonismo local, como a faculdade de impedir a apreensão, pela polícia, de armas de seus protegidos e de promover a sua restituição, bem como a poderosa influencia sobre jurados e testemunhas. (RODRIGUES, 1978, p. 1981)”.
O combate ao  cangaço 
e  o  desarmamento 
geral  foram,  indiretamente,  parte 
de  um conjunto de medias que
visavam o desprestigio aos chefes políticos locais. Ressaltando às que
empreendeu  objetivando  melhorar 
a  crítica  situação 
financeira  do  Estado 
e  que  ensejou 
a “chamada  guerra  tributária” 
a  partir  da  criação  do 
imposto  de  importação. 
O  tal  imposto incidia de forma majorada sobre
produtos comercializado nas divisas do Estado, com exceção dos  que 
fossem  importados  via 
Porto  de  Cabedelo, 
medida  que  prejudicava 
o  comércio  de algumas cidades sertanejas, incluindo
Princesa.
As medidas, como se pode perceber,
tinham impacto direto sobre o município, núcleo de atuação dos coronéis. Num
estado pobre, com predominância de uma estrutura agrária à base do latifúndio,
e cujos senhores eram os chefes políticos locais, quaisquer medidas que fossem
de encontro a essa estrutura, ensejaria esperada reação. É nesse quadro, que se
insere o movimento de Princesa, como uma reação às forças contrárias ao
mandonismo local.
Em Tavares, a época integrante  do 
município  de  Princesa 
Isabel,  foram  travadas 
as mais importantes lutas entre os “libertadores” de Princesa e as
tropas policiais. A guerra civil dentro 
do  Estado  durou 
146  dias  e 
deixou  um  rastro 
de  destruição  e 
morte  em  vários municípios da região. Os relatos
da  época dão conta que durante a  Guerra, muitas famílias foram embora do
pequeno povoado para se refugiar nas cidades pernambucanas vizinhas. A memória
do medo e as imagens da tragédia permaneceram nos sobreviventes que quase nada
sabiam das causas da luta.
O quilombo de Livramento também
participou da Revolta de Princesa. A memória do quilombo nos revela as
atrocidades do referido coronel, e estão registradas em cantigas ainda hoje
lembradas pelos mais velhos. Em Livramento, em cujas terras os cangaceiros se
refugiavam e lutavam, incluindo os quilombolas na luta, seja do lado amigo ou
do lado oposto. Essa memória do medo dificulta a obtenção de informações sobre
esse período dos moradores do Fonseca. 
Em Tavares, nos anos  de 
2006  e  2007, 
durante  a  realização 
de  um estudo
socioantropológico,  junto  à comunidade quilombola de Domingos Ferreira,
foi possível compreender a participação, ou as consequências da guerra na
comunidade (MELO, 2008). Em entrevista gravada em 18/07/2007, a senhora Maria
Antônia da Conceição,  conhecida  por 
Preta  de  Ananias, 
oficialmente  a  mulher 
mais velha  do  município, 
nos  contou  um 
pouco  da  sua 
história  de  vida 
e  da  comunidade. 
Conforme dito anteriormente, em nota
de rodapé, no capitulo anterior, essa entrevista ocorreu no contexto de uma
pesquisa, que integrava uma série de estudos objetivando identificar a
existência ou não, de um antigo quilombo no sítio Domingos Ferreira, no mesmo
município de Tavares. No trabalho de campo, tivemos a oportunidade de entrevistar
a mulher, “oficialmente” reconhecida como a mais velha do Município. Na sua
história de vida, uma experiência traumática que fundamenta a memória coletiva,
conforme SANTOS, 1998:
“Eu sei que foi uma guerra muito grande, que morreu muita gente. O povo da rua era mais pouco, bem pouquinho mermo. E eles correram tudo “praquelas” serras, lá pra riba. Nós aqui num fugimo não. Eu era pequena nesse tempo, mas me alembra do coroné Zé Pereira.… eu só vi ele uma vez, mas ouvia falar muito nele. Ele andava num cavalo, aí vei inté aqui e disse a minha mãe, desse terreiro aí mermo. Disse assim, que quando nós ouvisse os tiro, nós corresse lá pra perto da braúna, (…) pro pé de braúna que tinha lá depois da estrada que vai subindo pra [o Sítio] Lage de Onça. Aí tinha um arame, nós passava por debaixo e ficava lá. Fizemo isso umas cinco vez. Teve uma vez de noite eu tava dormindo e só vi aquele alvoroço, o povo correndo com uns candeeiro na mão. E era aquela zuada, e mãe mais pai dizendo, corre Maria, parece que tá môca, num tá escutando os tiro não? Aí mãe puxou eu pelo braço com força e saiu me puxando com raiva, oxe, eu tava era assombrada com medo, nós tudo correndo de noite pelas estrada, por dentro do mato. Uns tinha uns candeeiro, outros tinha uns facho na mão. (…), e saia depressa balançando o facho pra num se apagar, naquela agonia. Ave-Maria, eu sei que morreu muita gente, muita gente mermo. E o povo era tudo escondido naquelas serra, lá pé da Serra do Vim. Eu sei que a nossa sorte era a braúna, quando chegava lá o povo passava o arame ficava lá até o dia amanhecer, quando o sol tava nascendo, se num tivesse zuada de tiro nem nada, aí nós voltava. É só o que eu me lembro, sei que morreu muita gente e era um sofrimento grande. (…) O coroné Zé Pereira lutava contra o presidente da nação toda. Pois foi, brigou com o presidente da nação. Agora que o povo ajudava, daqui teve gente que foi e ganhava dinheiro e tinha coisa pra comer. Quando o coroné Zé Pereira morreu deixou muita farta, porque era um homem bom. Minha mãe falava muito nele. (Preta de Ananias. 18/07/2007).”
Os
documentos atestam que Maria Antonia da Conceição, conhecida por Preta de
Ananias, nasceu em 26/05/1908. Se o registro oficial estivesse correto, em
1930, Dona Preta, estaria com exatos 22 anos. No entanto, como ela mesma
afirma, durante o episódio da Guerra de Princesa, ela diz que “era pequena” e
por isso, poucas coisa conseguia lembrar. O constante problema da idade
declarada pelos entrevistados, em desacordo com a idade constante nos documentos
e, neste caso, em que os documentos atestam uma informação que não se adéqua a
realidade histórica do sujeito ao narrar a própria história de vida, é
compreendida a partir de análise de contextos históricos específicos.
A
entrevista revela uma fala contundente ao afirmar sua origem negra e resgatar a
memória dos seus antepassados. Dona Preta, ou Mãe Preta, era filha de uma
escrava, que foi pega a dente de cachorro,
e afirmava que  seus  avós 
falavam  que  vieram 
fugidos  de  lugares 
distantes,  e  outros  negros 
fugidos  se instalaram em
várias partes da pequena região. Para ela, era possível a existência de muitos parentes morando em outros sítios do
município de Tavares.
Os
relatos mostram uma comunidade assustada e profundamente amargurada diante da
sua cidade completamente devastada. A igreja, por exemplo, foi completamente
destruída, o que afetou a vida da comunidade profundamente religiosa. Eis a
narrativa de Dona Maria de Genival.
"Tem que usar a roupa branca. A gente vinha do [sítio] Domingo Ferreira de a pés, chegava aqui na rua e ia pra casa de algum conhecido pra lavar os pés e trocar de roupa, porque num ia vim do sítio já vestida na roupa branca. E era eu e as outras tudim. Aquele mundo de gente, tudo de pés pelas estrada pra vim pra missa do Coração de Jesus. E é assim até hoje, a roupa branca já foi deixado marcado pra usar, a gente tem que usar. Eu merma sempre vou de branco nas primeira sexta e com a fita no pescoço. Olhe quando você reparar você conhece assim, a fita larga é zelador e a estreita e dos associados. Eu sou zeladora, minha fita é larga, pode ver aqui. Mais no tempo da guerra foi sufrimento. Derrubaram a igreja. Assim o povo conta. Foi tempo ruim" (Maria de Genival, 26/06/2010).
Os
depoimentos que temos, em relação  à  Guerra de 
Princesa,  nos  fazem 
perceber  a sensibilidade  de 
um  espírito  de 
consciência  coletiva.  No fundo, todas as memórias vão contribuindo
na elaboração de uma identidade que alimenta todo um imaginário social. O ato
de (re)lembrar, longe de constituir um ato puro e simples, permite confrontar
os territórios do passado e o espaço conquistado, ao mesmo tempo em que
legitima as experiências vividas.
A
guerra travada naquelas terras provocou 
nos habitantes do lugar,  a
criação de um conjunto de representações e sentimentos carregados de paixões e
emoções em torno da luta e da figura do coronel José Pereira. Essas
representações dão contornos diversos ao conflito que, para a população em
geral, assume outras motivações.
Conclui-se,
portanto,  que a memória dos indivíduos
é  (re)construída sob   um fundamento comum, concordando
permanentemente com as memórias dos demais indivíduos e  apoiando-se 
nos  diversos  pontos 
de  contato  entre 
si.  Assim,  Halbwachs 
(Op.  cit.,  p.34) aponta a necessidade de uma comunidade afetiva, como sendo um fator
vital para subsistência do  grupo,  ou 
seja,  nenhuma  memória 
pode  existir  se 
os  indivíduos  não 
mantêm  vínculos pessoais entre
si. Sendo assim, o afastamento do grupo e dos pontos de concordância com as
memórias dos indivíduos que o  compõem,  geraria 
o  esquecimento,  que 
aqui, constitui uma parte do desaparecimento da coletividade.    Na  
compreensão   de   Pollak,  
(1989,   p.7-8)   a construção 
da  memória  coletiva 
seria  uma  forma 
de  manutenção  da 
coesão  de  grupos 
e instituições, definindo e reforçando sentimentos de pertença e
fronteiras sociais entre grupos distintos dentro da sociedade.
A
memória estaria então relacionada aos grupos dos quais fez parte, melhor
dizendo, a memória do homem seria produto do seu processo de interação  com 
os  diversos  grupos, família, classe   social, escola,  grupos  
com   os   quais  
tivesse   mantido   uma  
relação   de pertencimento.
Esse
seria o ponto chave para pensar a inserção da história oral no campo da memória
ou as dificuldades em separar uma da outra. Isso porque, embora a história oral
se constitua como  recurso  privilegiado 
na  captação  das 
lembranças  desses  velhos 
zeladores/rezadores, tornando 
essa  memória  uma 
fonte  alternativa  para 
a  interpretação  da  história  local 
e  das mudanças sociais
consideradas a partir da lógica dos sujeitos que as vivenciaram ela é sempre
uma história do tempo presente. De fato, a história oral é um documento que não
se projeta para um passado longínquo, mas que possibilita trazer para o plano
do pesquisador o registro da própria reação vivida dos acontecimentos e fatos
históricos (MONTENEGRO,1994).  Como
resultado, teremos um documento fundamental para este estudo, a fala do
narrador, que ao recompor sua vida pessoal traz à tona, com a sua lógica
própria, a dimensão da coletividade.
Referências
José
Anchieta Bezerra de Melo é doutorando em
Sociologia (PPGS/UFPB).
ANDRADE, Joaquim Inojosa de. A República de Princesa (José Pereira x
João Pessoa-1930). Rio de
janeiro/Brasília: Civilização Brasileira/INL-MEC, 1980.
LELIS, João. A Campanha de Princesa – 1930. João Pessoa: União, 1930.
LIMA,
Aloysio Pereira.  Princesa 1884/1984: José Pereira, a chama ainda acesa. Série IV
Centenário. João Pessoa: A União, 1984.
MARIANO,
Paulo. Achados de Perdição. João
Pessoa: Idéia, 1994.
MELO.
José Anchieta Bezerra de; CABRAL. Benedita E. S. L. A Revolta de Princesa
(1930): representações da  guerra na
memória dos  velhos.  In:  Anais do I Colóquio Internacional de
História – Sociedade, Natureza e Cultura, vol. único. Campina Grande. 2008.
MENESES, Janine Primo Carvalho de.
Livramento, um quilombo entre fronteiras. Cadernos
Imbondeiro. João Pessoa, v. 4, n.1, out.2015
MONTENEGRO,
Antônio Torres. História Oral e Memória:
a cultura popular revisitada, 3ª ed., São Paulo: Contexto, 1994.
POLLAK,
Michael. Memória e Identidade Social. In: Estudos
Históricos. Rio de Janeiro, vol.5, nº 10, 1992.
RODRIGUES,
Inês Caminha Lopes. A Revolta de Princesa
– Uma Contribuição ao Estudo do Mandonismo Local (Paraíba – 1930). João
Pessoa: A União Editora, 1978.
                      .
A Revolta de Princesa: poder privado x
poder instituído. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
SANTOS,
Myrian S. dos. Sobre a autonomia das novas identidades coletivas: alguns problemas
teóricos. Revista Brasileira de Ciências
Sociais, vol.13, n. 38. 1998.
 
 
O reconhecimento oficial de remanescentes de quilombos no estado da Paraíba é uma conquista recente. Atualmente são 38 comunidades quilombolas catalogadas.
ResponderExcluirJOSÉ ANCHIETA BEZERRA DE MELO
Eu como quilombola do povo Gurutubano do norte do estado de Minas Gerais, sei os meandros e dificuldades que se perpassam no contexto das populações quilombolas, tomando como perspectiva as desavenças enfrentadas por esse povo quilombola da zona rural paraibana. Contudo, no contexto do plano político brasileiro, vemos uma soma de pouco caso aos povos quilombolas, sendo ameaçados os direitos conquistados por inúmeros processos de lutas. Afinal, como ser resistência priorizando a trajetória, lutas e história desse povo? Como podemos ser força em meio a tentativas de enfraquecimento dos povos de quilombos?
ResponderExcluirCláudia Marques de Oliveira
Cláudia, obrigado pelos comentários. Creio que a luta por reconhecimento e direitos deva ser contínua sendo necessária além mobilização e união das comunidades na criação de pautas comuns na busca da efetivação dos direitos assegurados na Constituição.
ExcluirPrezado José,
ResponderExcluirQuero cumprimentá-lo pelo texto. Gostaria de saber escola na respeito da educação das crianças no quilombo Domingos Ferreira. Existe escola na comunidade quilombola? Se sim, ele está inserido na proposta de educação quilombola? Quem frequenta essa escola, apenas membros da comunidade ou também de outras regiões?
Cordialmente,
Marcos Rafael da Silva
Marcos, obrigado pela importante questão que vc traz ao debate. Esta comunidade assume uma posição de destaque na zona rural de Tavares. Possui grande organização social e nela há uma escola chamada José Nascimento com grande número de alunos e alunas matriculados. Atende crianças, jovens e adultos remasnescentes de quilombo e das comunidades rurais vizinhas. A escola está inserida na proposta de educação quilombola promovendo atividades não apenas no espaço escolar mas em outros espaços sociais da comunidade. Ações pedagógicas em torno das questões etnicorraciais são realizadas por toda a comunidade escolar.
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