OS REGISTROS DE BATISMO COMO FONTES PARA
O ESTUDO DA HISTÓRIA INDÍGENA: O CASO DOS KAINGANG EM GUARAPUAVA(SÉC. XIX)
Nas
últimas décadas, as pesquisas dedicadas a temática indígena tem avançado consideravelmente no Brasil. Em que pese esse interesse pela história do
encontro de mundos diferentes, entre indígenas e colonizadores, essas novas
pesquisas trazem para o ‘palco da história’ um novo olhar sobre os processos
históricos a que foram submetidos ao longo de mais de quinhentos anos. A
aproximação da história e da antropologia, bem como de suas ferramentas de
análise documental, tem sido bastante produtivo ao apresentarem novos conceitos, problemas e novas perspectivas de pesquisa para
uma nova história indígena. Nesse sentido, Maria Regina Celestino de Almeida
reforça e defende que:
“Historiadores e antropólogos têm
aceitado o desafio, e de sua interlocução crescente resultam novas formas de
compreensão sobre as culturas, as identidades e as relações interétnicas entre
povos etnicamente diversos. Questionam e interpretam documentos históricos com
indagações etnológicas, analisam culturas dos povos e indivíduos, procurando
entendê-las em contextos históricos definidos e articulados às relações sociais
e interétnicas por eles estabelecidas.” (Almeida, 2012, p. 54).
Para além de um revisionismo desses
períodos históricos onde os povos indígenas foram retratados de forma negativa,
resistentes à integração imposta pelas autoridades coloniais, vários grupos
étnicos foram exterminados, esquecidos ou seu passado de lutas e resistências
foram silenciadas nos gabinetes, nos documentos e nas histórias nacionais que
então se produziam.
Paralelamente ao advento de novas
metodologias e conceitos, o escopo documental de fontes históricas sobre os
povos indígenas, ampliaram-se de forma significativa. Como exemplo, podemos
incluir o uso de documentos relacionados aos eventos vitais, os registros sacramentais de batismo e casamento. Para
Marta Maria Azevedo, a etnologia “não tem priorizado a utilização de atas
paroquiais ou documentos históricos como fontes de informação primárias, a não
ser para uma contextualização inicial.” (Azevedo, 2009, p. 80)
Um
exemplo relevante dessa guinada conceitual sobre os povos indígenas e as
consequências do avanço colonial em seus territórios são as pesquisas
desenvolvidas por Steve Stern com as populações andinas. Em suas reflexões Steve
Stern desenvolveu o conceito de ‘resistência adaptativa’, afirmando que para
cada ‘ação’ empreendida pelos colonizadores os povos indígenas apresentavam uma
‘reação’. (Stern, 1987).
Esse
conceito de ‘resistência’ defendida por Stern se apresenta de várias maneiras, sendo
que a principal características dessa situação é o protagonismo desses
indivíduos decidindo ao seu modo fazer parte ou não
daquele modelo de ‘civilização’, cujo principal caminho para esse fim era por
meio da ‘catequização’. Alguns grupos
indígenas optaram pelo convívio pacífico e outros decidiram permanecer no modo
de vida tradicional retardando por algum tempo o estabelecimento dessas
relações. Aqueles que ficaram juntos aos povoadores negociaram e criaram
estratégias de sobrevivência e proteção de acordo com suas características
culturais, sociais e políticas. Embora alguns indígenas tenham aceitado as
regras do jogo em determinado momento histórico, tornando-se ‘aliados’ das
autoridades coloniais, essa situação não reflete à sua totalidade. Para outros
grupos étnicos mais resistentes aos projetos integracionistas criavam-se uma
série de regramentos levando a consequências irreversíveis por meio da ‘guerra justa’.(Almeida, 2010)
Desse modo, o desenvolvimento conceitual de ‘resistência adaptativa’ permite aprofundar outros
aspectos que não foram analisados pela historiografia ‘oficial’ sobre os povos
indígenas, de modo à inseri-los numa nova cultura historiográfica que os
coloque como protagonistas das suas opções e decisões junto as autoridades
coloniais.
Nesse sentido, nossa pesquisa busca
apresentar um novo olhar sobre a história dos Kaingang no Paraná, durante o
processo de expansionismo e ocupação da região sul, durante o século XIX. Os
Kaingang compõem o maior grupos Jê do Brasil meridional na atualidade. Historicamente,
o território de ocupação dessa etnia compreende o oeste de São Paulo, os
estados do Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. Sua população
está estimada em torno de 45.620 mil pessoas, distribuídas em 46 terras
indígenas de acordo com dados censitários de 2010.(IBGE, 2010)
O
território do qual nos referimos nesse texto, Guarapuava, compreende atualmente
a região centro oeste do estado do Paraná. Na virada do século XIX, os campos
de Guarapuava pertenciam a região sudoeste da província de São Paulo e submetida
juridicamente a vila de Castro:
“Guarapuava fazia parte da 5ª comarca tendo como cabeça do termo Castro. Esta povoação teve antigamente o nome de Yapó, por se ter fundado na margem do rio da mesma denominação. Foi fundada no anno de 1788 e depois erecta em Villa em 1798. O seu districto abarca um extenso território [...] D’ella se formou um só termo em razão de muito terreno que abrange. Comprehende quatro Freguezias, a saber: [...] Jaguaraíba; [...] Ponta Grossa; [...] Tibagi; [...] N. Sra. Do Belém de Guarapuava.”(Müller, 1838, p. 72)
Essa
área foi objeto de diversas bandeiras exploratórias a partir da segunda metade
do século XVIII, quando as autoridades portuguesas preocupadas com uma possível
invasão dos espanhóis nesses territórios destinam esforços humanos e econômicos
pela sua defesa, garantindo assim a expansão dos domínios portugueses. Naquela
ocasião, acreditava-se que o sucesso desse empreendimento traria resultados positivos
se nesses territórios fossem estabelecidas uma população estável e preparada a
empunhar as armas reais em nome do rei de Portugal. Essas expedições
setecentistas pelo sertão dos campos de Guarapuava foi coordenada por Dom Luiz
Antonio Mourão – Morgado de Mateus, que além de garantir o domínio sobre esses territórios
tinha outras objetivos:
“[...] devemos entender que a política adotada pelo governo foi de expansão de fronteiras, baseadas em expedições militares de defesa, sem dúvida, para incrementar sua política econômica e social, baseadas nas transformações agrícola e populacional, visando, assim, ao desenvolvimento daquelas áreas relativamente vazias. Portanto, o processo de ocupação e povoamento de Guarapuava não foi espontâneo.”(Netto, 2007, p. 48)
A
primeira tentativa de ocupação dessa região não se concretizou e, por quase
quatro décadas, de novo o projeto de povoamento desse território voltou a ser
tema de interesse das autoridades portuguesas com o estabelecimento de Dom João
VI no Brasil em 1808. O princípe regente por meio da Carta Régia, assinada e
publicada no dia 01/04/1809, determinava a ocupação e povoamento dos campos de
Guarapuava e indicava como chefe deste empreendimento o tenente Coronel Diogo
Pinto de Azevedo Portugal. Para a assistência religiosa dos membros da
expedição e para o trabalho de assimilação e conversão dos indígenas, via catequese,
foi designado o padre Francisco das Chagas Lima. (Carta Régia, 1809)
A
expedição chegou nos campos de Guarapuava em 1810. Embora os indígenas tivessem
conhecimento da chegada dos expedicionários em seus territórios o trabalho de
‘conversão’ só iria acontecer em 1812, quando uma epidemia atinge essa
população. Somente com a criação da
Freguesia de Nossa Senhora de Belém em 1819, os alojamentos iniciais passam a pertencer
ao Aldeamento de Atalaia. Com a transferência dos povoadores para outro espaço
destinado para a fundação da freguesia, o aldeamento ficou sob responsabilidade
do cacique e ‘capitão dos índios’ Luiz Tigre Gacom até 1825, quando o
aldeamento é atacado e destruído por outra facção Kaingang. Com esse conflito,
o padre Chagas Lima transfere todos os que sobreviveram ao ataque para as
proximidades da freguesia, nomeando esse lugar de ‘Nova Atalaia’. Depois disso,
os documentos que foram escritos pelas autoridades locais, militares e
religiosas continuaram tratando por muito tempo os indígenas como aldeados,
como se existisse propriamente um aldeamento em Guarapuava.
Enquanto
permaneciam nesse espaço, participavam das cerimônias religiosas submetendo-se
a realização dos sacramentos de batismo e matrimônio. Essas acontecimentos eram
registrados imediatamente pelo padre Chagas Lima em livros separados, um para o
batismo e outro para os matrimônios. Nesses registros, denominados também como
atas, era registrado o dia e local da realização do sacramento, registrava-se o
nome indígena e o seu novo nome em português, os nomes dos pais e padrinhos,
idade aproximada do batizando e em quais condições o sacramento era realizado.
De modo contribuir com mais elementos sobre essas atas paroquiais
apresentaremos algums possibilidades interpretativas do uso dessas fontes para
a história indígena.
Os registros de batismo
Alguns estudos sobre compadrio e
apadrinhamento tem sido inspirador para pesquisas com esses documentos seriais,
os chamados registros de eventos vitais. Uma das principais referências sobre o
assunto é o antropólogo Stephen Gudeman. Em um dos seus textos fundadores
encontramos muitos conceitos importantes sobre essas relações sociais tecidas
com o advento do sacramento do batismo. Conforme suas observações, o papel
social exercido pelo padrinho cria relações solidárias que podem se fortalecer
via parentesco, afinidade, amizade e aliança de sangue aplicadas para diversos
usos sociais. (Gudeman, 1975, p. 229). Ou seja, com a institucionalização do batismo, cria-se
entre esses indivíduos relações solidárias pertencentes aos domínios tanto
espiritual, quanto social.
Tendo por referência os indicativos de
análise de Gudeman, buscamos identificar na documentação dos eventos vitais,
como se materializa as estratégias indígenas frente a institucionalização
dessas relações de compadrio e apadrinhamento cristão, de modo apreender
específidades relativas ao modo de vida dos Kaingang no passado. Desse modo,
reproduzimos aqui o primeiro registro de batismo de um Kaingang, realizado em
Guarapuava, em 1812:
“Aos vinte e dois dias do mês de fevereiro do ano de mil oitocentos e doze, nesta capella da Atalaia dos Campos de Guarapuaba, baptizei solemnemente, e pus os santos oleos a Francisco innocente de idade quatro annos pouco mais ou menos, filho de Pahý e de sua mulher Coian, todos oriundos do gentio selvagem habitante neste continente, surprezos nas vertentes do Rio Caverno(so), e trazidos para este abarracamento no dia vinte e nove de Janeiro próximo passado. O que fiz sem obter mais que o consentimento material de seus pais, em cujo poder está o dito innocente, por se achar gravemente enfermo e em perigo de vida. Forão padrinhos o Tenente Coronel Commandante em Xefe desta Expedição Diogo Pinto de Azevedo Portugal e sua mulher Dona Rita Ferreira de Oliveira Buena. Do que para constar faço este assento. O Vigário Francisco das Chagas Lima.”(LIMA, 1812, f. 3v.)
O casal de padrinhos do pequeno
Francisco Netxian, foi o Tenente Coronel Diogo Pinto de Azevedo Portugal e sua
esposa Dona Rita Ferreira de Oliveira Buena. Mesmo enfermo, Netxian foi
batizado em cerimônia solene, o que significa dizer, com todas as orientações
do catolicismo para tal evento diante de todos os povoadores e de outros
indígenas, propensos néofitos naquela ocasião. O sacramento poderia representar
algumas situações como um caminho para o fortalecimento de laços entre os pais
da criança batizada com os seus padrinhos, um princípio de uma relação social do
afilhado com seus padrinhos mas também poderia se findar em si mesmo, sem uma
estratégia pré definida.
Para os primeiros sacramentos de
batismo realizado em Guarapuava no de 1812, a escolha dos padrinhos para os
indígenas demonstra que esse ritual se tratava de uma escolha exclusiva do
padre Chagas Lima e não de fato uma estratégia política dos Kaingang. Boa parte
desses sacramentos foi realizado quando os indígenas chegaram no povoamento de
Atalaia para amenizar suas moléstias.
No período entre 1812-1867, recorte de
nossa pesquisa, foram realizados 661 sacramentos de batismo. Entretanto, foi no
ano de 1812, em que mais se registrou sacramentos juntos aos Kaingang,
totalizando 121. Desse total, 23% deles, 28 pessoas, foram batizados pelo padre
Chagas Lima sem a presença dos padrinhos, provavelmente estavam doentes e
receberam o sacramento em “perigo de morte”. Os outros 77%, 93 indivíduos,
tiveram um casal de padrinhos ou apenas o padrinho junto a pia batismal dos
seus afilhados.(Lima, 1812).
Ao analisarmos as origens dos padrinhos
verificamos que os mesmo eram militares lotados na expedição ou eram de filhos
pessoas com alguma patente militar. As poucas mulheres que foram madrinhas dos
Kaingang também eram filhas de homens que tinham algum vínculo com esse grupo.
Essas informações demonstram que essas relações sociais tecidas por intermédio
do sacramento do batismo se davam com pessoas do mais alto nível social dos
povoadores que estavam no momento da realização desses batizados.
O uso de registros sacramentais como
fonte para os estudos sobre a história indígena é bastante escasso. Encontramos
muitas referências sobre o processo de escravização destes e a consequente ‘conversão
cristã’ com o batismo cristão. Entretanto, essas pesquisas se reduzem a dados
gerais, percentuais que apontam para a idade ao batizar, o número de
sacramentos realizados no mesmo dia e algumas informações sobre a composição
dos padrinhos. Esse é o caso apresentado por John Monteiro ao demonstrar como
os indígenas capturados como escravos em São Paulo eram batizados e quem se
disponha a apadrinha-los. De acordo com suas pesquisas era muito raro um
potentado local, senhor desses empreendimentos escravistas, se apresentar
espontaneamente para assumir o papel social de padrinho dos indígenas
capturados:
“Significativamente, o senhor padrinho surgia somente quando o pai da criança batizada era desconhecido, quando o batizado era adulto ou ainda quando o próprio senhor era o pai da criança [...] Assim, os senhores evitavam criar laços de igualdade ou de solidariedade com seus escravos adultos: podiam até cumprir o papel de padrinho – o que de certa forma reforçava uma relação paternalista, porém jamais o de compadre.” (Monteiro, 1994, p. 161)
Os
dados apresentados por Monteiro se referem à outro contexto histórico do
processo de catequização dos indígenas, quando o que mais importava naquele momento
era a sua mão de obra do que propriamente sua conversão ao catolicismo.
Entretanto, suas observações a cerca da composição dos padrinhos apontam
caminhos e contribuem para que os pesquisadores da temática indígena olhem com
mais atenção sobre esse tipo de documentação de origem eclesiástica. Em resumo,
Monteiro afirma que para esse período os potentados locais evitavam manter laços
de igualdade e de solidariedade com os indígenas aprisionados e submetidos ao
trabalho escravo.(Monteiro, 1994, p. 162).
Embora
os Kaingang não compreendessem o alcance do compadrio nos primeiros anos de
convívio com a sociedade luso-brasileira, o fato de se colocar para receber o
sacramento de batismo já reflete uma estratégia de sobrevivência interessante
naquele contexto. Eles agiam conforme seus interesses e as atas paroquiais
demonstram que os Kaingang escolhiam pessoas com certo prestígio social passado
o momento de ansiedade pela cura de suas doenças, trazidas diga-se de antemão,
pelo colonizador.
Entre
os anos de 1812 a 1815, todos os padrinhos eram de origem militar e as
madrinhas eram filhas ou esposas desses militares. A partir de 1816, os povoadores
começam a fazer parte do arsenal de padrinhos preferênciais dos Kaingang. Essa
estratégia reflete os interesses que eles tinham em aproximar pessoas que
poderiam ajudá-los a obter alguns ganhos como proteção e até mesmo alimentação.
Os povoadores que nos referimos são pessoas que vieram junto com a expedição
ocupar e povoar os campos de Guarapuava. Alguns vieram com suas esposas e
filhos, e outros, acabavam casando com as mulheres livres, inclusive com as
mulheres indígenas.
De todo modo, o fato dos Kaingang
ingressarem no aldeamento e aceitarem o batismo cristão não reflete,
necessariamente, que eles tenham incorporado o cristianismo ao seu modo de
vida. Eles tinham expectativas próprias e lutavam para mantê-las, ampliavam seu
campo de negociação com os padres e autoridades militares e participavam
ativamente da acontecimentos diários dos
colonizadores, porém eles interpretavam esses eventos a sua maneira
atribuindo-lhes sentidos próprios.
De
todo modo, os apontamentos colocados aqui no texto fazem parte de uma pesquisa
mais ampla, nossa tese de doutorado, onde construímos diversas trajetórias
individuais dos Kaingang aldeados em Guarapuava, no século XIX. Dados
preliminares indicam que o compadrio, instituído por meio dos sacramentos
cristãos, foi uma das estratégias de sobrevivência integradas ao seu modo de
vida como forma de ascensão social em uma sociedade extremamente hierarquizada.
Para além destes dados conclusivos, identificamos uma integração considerável
de sujeitos envolvidos naquele contexto de ocupação, povoamento e expansão dos domínios
luso-brasileiros pela região sul. Pobres livres, degredados e libertos fizeram
parte da rede de relacionamentos dos Kaingang, mediadas pelo compadrio. Essas
solidariedades sociais permitiram uma certa união de estratos sociais na luta
pela posse de terras no século XIX, especialmente, em territórios que eram de
posse indígena.
Referências
Cristiano Augusto Durat é professor adjunto
da Universidade Federal da Fronteira Sul(UFFS), Campus de Laranjeiras do
Sul/Pr. Membro do Laboratório de História Indígena – Labhin/UFSC e do
Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-História LAEE/UEM.
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. História e Antropologia.
In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. Novos Domínios da História. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2012.
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2010.
AZEVEDO, Marta Maria. Os registros de batismo e casamentos
como fontes de informações para os estudos indígenas. IN:BASSANEZI, Maria
Silvia C. Beozzo; BOTELHO, Tarcísio R. (Org.) Linhas e entrelinhas: as diferentes leituras das atas paroquiais
dos setecentos e oitocentos. Belo Horizonte: Veredas & Cenários, 2009.
CARTA RÉGIA 01/04/1809. “Aprova o plano de povoar os Campos de Guarapuava e de
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Manuela Carneiro da (Org.) Legislação Indigenista no Século XIX. São Paulo:
Edusp, Comissão Pró-Índio, 1992,
GUDEMAN, STEPHEN.
"Spiritual Relationship and Selecting Godparent". In: Man,
New Series vol. 10. (2). Jun. 1975. Royal Anthropological
Institute of Great Britain and Ireland, 1975.
IBGE, 2010. https://pib.socioambiental.org/pt/povo/kaingang.
Acessado
em 15/05/2017.
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de Baptismo de Pessoas Livres de Nascimento nº 1: desde 13 de março
de 1810 até 4 de setembro de 1867. Arquivo da Paróquia Nossa Senhora de Belém
de Guarapuava.
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Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo.
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MÜLLER,
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The Age of Andean Insurrection, 1742-1782: A Reappraisal. In: STERN, Steve J. Resistance, Rebellion, and Consciousness in
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The University of Wiscosin Press, 1987.
Primeiramente parabéns pelo texto e pela iniciativa. Diante desta proposição, como poderíamos aplicar este conteúdo em sala de aula?
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ExcluirOlá Adriano, obrigado pela sua leitura e pergunta! Bem, a primeira questão pertinente do uso desse tipo de documentação é ter acesso aos registros sacramentais de alguma paróquia que tenha desenvolvido algum trabalho pastoral junto às comunidades indígenas. Nessas atas constam alguma informação que remete aos "índios". Eu pesquiso esses documentos da Paróquia Nossa Senhora de Belém em Guarapuava, criada em 1818, mas com registros de 1810. Eu trabalhei uma oficina com esses documentos na 3ª fase do curso de história da UFSC, em 2016, como requisito para estágio de docência e dos registros de batismo encontramos dados para trabalhar conceito de cultura, identidade, representação entre outros temas. Foi muito bom! Espero ter respondido sua pergunta....abraço e obrigado novamente.Cristiano Augusto Durat
ExcluirOlá Cristiano Augusto!
ResponderExcluirMuito pertinente a temática. Parabéns pela sua pesquisa. A abordagem do indígena como protagonista de sua própria história se faz necessário na historiografia. Gostaria de saber se os registros de batismos consultados foram realizados em livros exclusivos para indígenas ou estão juntos com os registros de africanos?
Mariani Bandeira Cruz Oliveira
Olá Mariani, obrigado pela sua leitura e pergunta! O uso desse tipo de documentação tem me ajudado muito, principalmente, para compreender e identificar o protagonismo dos Kaingang no século XIX. Suas estratégias de lutas, resistência, acordos, arranjos familiares...enfim...as frentes não se esgotam tão facilmente...Eu pesquiso os livros de batismo da paróquia Nossa Senhora de Belém de Guarapuava, fundada em 1818, mas temos registros desde 1810. Esse livro temos registros dos povoadores e indígenas. Assim acontece com os registros de matrimônios e de óbito. De fato os africanos estão em livros separados. Em breve defendo minha tese e poderei publicizar os resultados da minha pesquisa com mais elementos...espero ter respondido sua questão, com um abraço!
ExcluirCristiano Augusto Durat
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