QUANDO A CANTORA IZA ENTRA NA SALA DE AULA: O DEBATE
SOBRE ESCRAVIDÃO, IDENTIDADE NEGRA E RACISMO EM CURSOS PRÉ-VESTIBULARES SOB O
VIÉS DA HISTÓRIA PÚBLICA
Apesar de ser relativamente recente no
Brasil a História Pública, enquanto campo institucionalizado, tem possibilitado
a pesquisadores/as na área de ensino de história a formulação de novas
abordagens. Em uma obra recentemente publicada, as organizadoras Juniele Rabêlo
de Almeida e Sônia Meneses (2018. P. 12) apontaram que
“as reflexões sobre a história pública surgem como uma possibilidade de compreendermos os usos do passado a partir de um jogo complexo de apropriação e produção social. A história realizada em lugares diversos tanto quanto são distintos os papéis que assumem essas narrativas em nossa sociedade. Nelas nos deparamos com interesses variados, demandas políticas, sociais e culturais que nos demonstram que o passado nunca este tão em voga. Se o mundo em que vivemos é um mundo repartido, nós, historiadores, somos chamados a atravessar também nossos próprios territórios e fronteiras, desafiados a experimentar os limites de nossa profissão como produtores do conhecimento e professores para irmos além de ajudarmos a tecer novas compreensões, ainda que provisórias, do nosso próprio tempo. Entender o contemporâneo talvez seja o nosso maior desafio.”
A potencialidade da história pública
destacada pelas historiadoras, em uma coletânea sobre patrimônio, educação e
mediações do passado, é demonstrativo da sua inserção com o ensino de história.
Os lugares diversos mencionados podem ser pensados também como meios e produtos
culturais, sendo um exemplo a música, assim como as discussões sobre demandas
apontam para debates sociais caros ao presente e que são fundamentais ao
historiador em seu compromisso social, como o racismo e a desigualdade social
no país. Nesse sentido, o debate sobre história pública auxilia também a
pensarmos novas abordagens, fontes e temáticas para a sala de aula dialogando
tanto com as demandas sociais maiores, como a própria Lei 10.639/03 que tornou
obrigatório o ensino de ensino da história e cultura afro-brasileira e africana,
como também com o cotidiano dos estudantes. Nesse sentido, pensar um viés
público da história retoma a relação já apontada por Ricardo Santhiago (2016) a
respeito do diálogo com, para e pelo público, entendo-o como sujeitos e agentes
da própria história. Como veremos mais a frente, essa discussão acaba por
atravessar também a própria constituição da consciência história dos sujeitos,
devendo a didática da história enquanto campo de diálogo entre teoria-prática
compreender os processos pelos quais discentes se relacionam com o passado nos
mais diversos espaços e meios sociais (CERRI, 2001; LEE, 2011).
As considerações acima foram o ponto de
partida para o desenvolvimento de uma atividade envolvendo música pop brasileira com quatro turmas da
modalidade “extensivo” em um cursinho pré-vestibular comunitário na cidade de
Florianópolis/SC. Entre 2017 e 2018 atuei como professor-voluntário de História
do Brasil no projeto Pré-Vestibular Comunitário (PVC), existente desde 2005,
trabalhando com turmas de extensivo (anuais) e semi-extensivo (semestrais)
compostas por estudantes de baixa renda, egressos de escolas públicas, em sua
maioria mulheres, negros, indígenas e LGBTT+. Logo no meu primeiro contato com
o projeto pretendi procurar quebrar com o modelo clássico e hegemônico de
pré-vestibulares onde as aulas são predominantemente expositivas, repletas de
datas e fatos, paródias chicletes e “macetes” que facilitassem aos/as discentes
decorarem os conteúdos. Essa discussão já foi apontada em outro texto,
publicado neste mesmo evento, onde destaquei as potencialidades de trabalhos
com fontes e aulas-oficinas para o ensino de história nestes espaços.
A proposta que desenvolvi em meu período
como docente no projeto, onde sempre me vi enquanto professor-pesquisador
(BARCA, 2004), partiu de uma compreensão que complemente uma ideia
generalizante onde
“Os cursinhos preparatórios para vestibulares marcam a historiografia da educação brasileira como sendo instituições destinadas a todos aqueles que visam aprovações em concursos, possuindo em seus quadros docentes, professores que conhecem estratégias e conteúdos específicos para a finalidade anteriormente descrita.” (RÊGO; JÚNIOR, 2008, p. 03)
Apesar de serem espaços procurados por
estudantes que pretendessem o desenvolvimento de competências e habilidades, é
preciso compreendermos os cursinhos, em especial os comunitários/sociais, como
também ambientes de discussão sobre a sociedade contemporânea, marcados por
demandas sociais e por relações entre sujeitos dotados de sentimentos e
angustias. Nesse sentido passei a desenvolver, alternada a aulas
expositivas-dialogadas, uma série de atividades, como aulas-oficinas, rodas de
debate, júri-simulados e jogos que tentassem na medida do possível tornar os
discentes como seus próprios responsáveis pela educação, me colocando em um
papel de professor-orientador (BARCA, 2004). Uma das atividades desenvolvidas
nesse sentido foi uma aula-oficina a partir das canções da cantora Iza.
Isabela Cristina Corrêa Lima,
artisticamente conhecida como Iza, é uma cantora brasileira de carreira
relativamente breve. Tendo iniciado a divulgação de canções próprias a partir
de 2016, foi em 2017 que a artista tornou-se popularmente conhecida do mainstream através da música Pesadão
(part. Marcelo Falcão). Sendo o principal single
de promoção da artista, que foi uma das apostas mais recentes da Warner Music
para o segmento pop no país, a canção
rapidamente passou a crescer nas paradas musicais ultrapassando mais de 20
milhões de visualizações no youtube.
Cantora negra, nascida na Olaria (RJ) tendo
vivido parte de sua vida no nordeste, Iza tematiza em suas canções o feminismo,
sua identificação étnica, o racismo, e a religião. Na canção pesadão temáticas
como racismo, violência e a força/resistência negra no brasil são abordadas
pela artista em tom de empoderamento das populações afrodescendentes. Em outro single, promovido pela cantora a partir
de 2018, nomeada “Ginga” (part. Rincon Sapiência) as mesmas temáticas são
retomadas, porem com maior destaque a cultura afro-brasileira como a capoeira e
o candomblé.
Ambas as canções citadas foram base para a elaboração
de uma oficina sobre a memória da escravidão, o contexto da abolição e
pós-abolição e a resistência das populações afro-brasileiras. Partindo da
discussão sobre a escravidão no Brasil, focando no cotidiano e da proposta de
compreender os africanos escravizados enquanto sujeitos e não como “coisas”,
tópico discutido inclusive no emprego ao termo como escravizados e não
“escravos” com os discentes, propus o trabalho com as canções.
A ideia teria partido de uma aula anterior,
realizada ainda em março com outra temática. Em um primeiro momento, quando em
sala foi abordada a unidade relativa ao período colonial brasileiro e a
escravidão, foi proposta uma discussão inicial violência e da logica
escravista, pautada inclusive no darwinismo social (SCHWARCZ, 1993). Em
seguida, a sala se colocou em roda procurando desenvolver uma conversa na
segunda metade da aula a respeito do cotidiano da escravidão com os discentes,
debatendo também algumas das práticas de resistência como fugas, queimadas e suicídio,
além de formas as próprias religiões de matrizes africanas. Na aula seguinte
foi proposta uma atividade utilizando uma canção da cantora Clara Nunes,
intitulada “cantora das três raças”, um ponto de umbanda, referente a Vó Maria
Conga, e o “Tratado proposto a Manuel da Silva Ferreira por seus escravos
durante o tempo em que se conservaram levantados (c. 1789) [Engenho de Santana,
Recôncavo da Bahia, século XVIII]”. Essa dinâmica já havia sido aplicada em
2017 com outras turmas do mesmo projeto, e que resultou em uma outra
comunicação também apresentada neste mesmo evento (MOREIRA, 2016).
A principal diferença entre 2017 e 2018, e
que se conecta a atividade desenvolvida com a cantora Iza, foi a atenção dada
pelas novas turmas a conexão com a música contemporânea, fazendo relações
diretas entre passado-presente (LEE, 2011), procurando estabelecer laços entre
o vivido com séculos de história que se fazem presentes no cotidiano através de
estratos de tempo (KOSELLECK, 2014). Através da análise das fontes,
especialmente no momento de escuta da canção de Clara Nunes e do ponto de
umbanda, os/as estudantes começaram a trazer para o centro dos debates outras
músicas que se relacionavam com a identidade negra no Brasil, momento no qual a
cantora Iza foi citada e se percebeu uma forte identificação das turmas com a
artista que possui uma idade aproximada a deles.
Partindo disso, algumas aulas após o
debate, após dar prosseguimento aos conteúdos pensei em retomar a discussão no
momento de abordar, já na unidade referente ao Brasil Imperial, o processo de
abolição da escravidão no século XIX. Nessa ocasião fizemos uma nova roda de
conversa, acompanhada por um breve resumo das leis que constituem o processo de
abolição no país desde 1831. O debate das leis nas quatro turmas foi
relativamente rápido, pois se baseou muito mais na rememoração dos/as
estudantes e na participação deles do que necessariamente na minha explicação,
o que foi bastante interessante do ponto de vista que em sua maioria eles
possuíam forte lembrança do conteúdo apesar de as vezes estarem a mais de 10,
20 ou mesmo 30 anos sem estudar história do brasil no ensino regular.
No segundo momento, relembrando aos/as
discentes o debate que tivemos com a música da cantora Clara Nunes e o ponto de
umbanda, propus a escuta das canções Pesadão (part. Marcelo Falcão) e “Ginga”
(part. Rincon Sapiência), o que foi muito bem recebido pela maioria. Ao
utilizarmos ambas as canções, que foram ouvidas em sequencia propondo que os
estudantes compreendessem também as diferenças e as semelhanças entre ambas,
foi proposto que os/as estudantes entendessem as músicas como
“uma narrativa que se desenvolve num interregno temporal relativamente curto (em média, de dois a quatro minutos), que constrói e veicula representações sociais, a partir da combinação entre melodia e texto (em termos mais técnicos, melodia, harmonia, ritmo e texto). (HERMETO, 2012, p. 32)”.
Nesse sentido, através da linguagem das
canções se abordou a relação direta entre texto e representação do
empoderamento negro no país, partindo especialmente das referencias feitas por
Iza ao racismo e a força das populações afro-brasileiras, como no trecho,
Vou reerguer o meu castelo
Ferro e martelo
Reconquistar o que eu perdi
Eu sei que vão tentar me destruir
Mas vou me reconstruir
Vou 'tá mais forte que antes
Ferro e martelo
Reconquistar o que eu perdi
Eu sei que vão tentar me destruir
Mas vou me reconstruir
Vou 'tá mais forte que antes
(IZA; Marcelo Falcão. Pesadão, 2017)
O trecho acima, quando inserido no resto da
canção, permite pensar a violência cotidiana do racismo e a marca da escravidão
deixada no presente. Nesse momento, passei a trazer para a discussão uma série
de dados estatísticos relativos a morte de negros no país, a porcentagem destes
mesmos sujeitos no sistema carcerários e, principalmente, o significado da
violência simbólico do racismo. Esse diálogo foi sempre relacionado ao processo
de abolição no Brasil, com a consequente marginalização das populações negras e
posteriormente seu deslocamento forçado para as regiões periféricas no decorrer
do século XX.
A estrofe acima é complementada por outro
trecho da canção, no momento conhecido como ponte, em uma terceira parte,
quando a cantora que,
Se
o deles é chique
Nosso é pau a pique
Que não mata o pique
Fortalece equipe
O som do repique
Peço que amplifique
Toca da Rocinha
Chega em Moçambique
Nosso é pau a pique
Que não mata o pique
Fortalece equipe
O som do repique
Peço que amplifique
Toca da Rocinha
Chega em Moçambique
(IZA; Marcelo Falcão. Pesadão, 2017)
Ao debater ambas as músicas, se pretendeu
incentivar os/as estudantes a pensarem sobre as referencias feitas pela cantora
a resistência negra e também a própria representação destas populações. Sendo
que muitos deles conheciam a artista, foi interessante observar como o debate
caminhou, apesar de não se ter acesso aos videoclipes por falta de estrutura da
escola utilizada pelo projeto, para o sentido da performance e do próprio corpo
feminino como fundamental para aprofundar o debate. Entendendo que a artista
por um ponto de vista que, apesar de não conhecerem o debate acadêmico, pode
ser visto sob a ótica da interseccionalidade, os/as discentes destacaram que a
cantora expressa não só uma relação direta com a questão racial, mas também com
a condição feminina e de classe. Desse modo, o corpo negro ou as mujeres de color, como destaca a
pesquisadora María Lugones (2008), torna-se também central para compreender as
relações entre passado-presente no debate sobre identidades negras no ensino de
história a partir da proposta desenvolvida.
Foi interessante também observar a reação
dos/as discentes em observar uma outra metodologia de ensino em
pré-vestibulares na qual não apenas os conteúdos foram relacionados com fontes,
pois os mesmos rapidamente compreenderam as canções como documentos históricos,
mas também com o seu próprio cotidiano. Apesar de já ter realizado oficinas, a
partir da proposta anteriormente mencionada de procurar quebrar com a lógica
clássica de cursos pré-vestibulares, foi o primeiro momento para muitos onde
fontes do “presente” foram utilizadas para discutir o passado e a própria
contemporaneidade (vale ressaltar que as atividades aqui relatadas
desenvolveram-se entre fevereiro e maio, então muitos ainda enfrentavam
dificuldades com a relação passado-presente quando aplicada a temas “mais
recuados” temporalmente).
A relação desenvolvida pelos/as estudantes
entre o a cantora, sua música e seu gênero apontam para um entendimento que
muitos/as possuíam acerca dos marcadores sociais que constituem os sujeitos
(LUGONES, 2008) e, principalmente, para a necessidade de se compreender as especificidades
dos sujeitos históricos a partir dos mesmos. Durante a atividade, uma estudante
destacou que para ela, enquanto mulher negra, a fala da cantora ecoava a
lembrança de experiências vividas em sua própria trajetória. Relacionando com o
processo de abolição, os/as estudantes a partir de minhas intervenções
começaram a incitar debates e a reflexão sobre a própria fragilidade da ideia
de “liberdade” concedida aos escravizados após 1888. De certo modo, ficou
perceptível para muitos a partir das duas canções e das falas dos colegas que a
abolição em si deixou marcas profundas na sociedade brasileira sendo inclusive
tema de canções engajadas nos mais diversos contextos. Esse entendimento
inclusive foi apontado por mim para eles como fundamental não apenas para os
vestibulares, afinal em 2018 se completou 130 anos da abolição no último país
da América do Sul a acabar com a escravidão, mas também em sua constituição
como sujeitos.
A discussão permitiu, inclusive, pensarmos
a dimensão cultural e também religiosa a partir da canção Ginga (part. Rincon
Sapiência) tendo em vista que o refrão da própria canção destaca o papel das
rodas para manifestações como a capoeira e a umbanda. A partir do diálogo
estabelecido entre ambas as canções foi possível debater de maneira ampliada a
representação negra dentro da própria música pop enquanto gênero, como parte do
cotidiano dos/as discentes e do ensino de História. Atentando principalmente para
a relação com as religiosidades de matrizes africanas na letra da canção os/as
estudantes perceberam diálogos diretos com as práticas desenvolvidas ainda no
período colonial e imperial de resistência negra através da cultura e das
práticas religiosas, como as “mandingas” citadas na música. De certo modo, eles
passaram também a compreender que cotidianamente eles viveriam a história
inclusive em produtos considerados como da “indústria cultural” e que sua
formação atravessa isso, especialmente pois para surpresa de muitos/as analisar
as canções significava discutir o conteúdo visto até então em diálogo com o
presente.
Nesse sentido, a formulação da proposta de
oficina possibilitou também pensar junto aos discentes que
“o combate ao racismo é também um combate pela História. Uma história que sensibilize, que seja justa e que construa narrativas críticas e problematizadoras da invisibilidade e inferioridade que atinge a população negra no Brasil. É bom levar em conta que a história e a memória da escravidão estão presentes para muito além dos muros da sala de aula, posto que seu legado, perpetuado no racismo reconstruído ao longo do século XX, ainda nos cerca e nos constitui.” (MATTOS; GRINBERG; ABREU, 2018. P. 236).
Ao utilizar fontes do cotidiano dos/as
discentes, percebendo-as também como formas de mediações públicas do passado,
pretendi destacar junto as turmas a potencialidade de se pensar os conteúdos
relativos a história da escravidão e suas permanências no Brasil a partir do
próprio dia a dia. Tomando como base a música pop brasileira, através do uso de canções de uma cantora negra,
pretendi estimular nos/as estudantes a reflexão sobre as camadas de
temporalidade de nossa atualidade em diálogo com os conteúdos cobrados no
vestibular. Nesse sentido, o ensino de história em pré-vestibulares foi visto
como um exercício que valorize a ideia que todos/as aprendem história
cotidianamente nos mais diversos meios, espaços e lugares, não sendo a sala de
aula escolar o único possível (LEE, 2001).
Longe de fornecer responsas fechadas ou
análises complexas, esse relato de experiência pretendeu divulgar uma proposta
de aula-oficina (BARCA, 2004) que relacionou a temática
da escravidão e da abolição com a música pop
brasileira em um cursinho pré-vestibular comunitário. Com isso se reafirma o
esforço em continuar uma reflexão que tem sido partilhada com colegas de outras
disciplinas, e mesmo de outras instituições, sobre a necessidade de se repensar
o ensino de história não apenas no ensino regular. Nesse sentido, percebe-se o
viés da história pública, e do próprio tempo presente, como a produção das
canções utilizadas na atividade, fundamental para isso.
Referências
Igor Lemos Moreira é Mestrando no Programa
de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina.
Bolsista CAPES-DS e Integrante do Laboratório de Imagem e Som. E-mail: igorlemoreira@gmail.com
ALMEIDA,
Juniele Rabêlo de; MENESES, Sônia. Introdução. In: ALMEIDA, Juniele Rabêlo de;
MENESES, Sônia. História pública em
debate: patrimônio, educação e mediações do passado. São Paulo: Letra e
Voz, 2018.
BARCA,
Isabel. Aula Oficina: do projecto à avaliação. _____ (Org.) Para uma educação histórica de qualidade.
Actas das IV Jornadas Internacionais de Educação Histórica. Braga:Universidade
do Minho, 2004, p.131-144.
CERRI,
Luis Fernando. Os conceitos de consciência histórica e os desafios da Didática
da História. Revista de História
Regional, Ponta Grossa, PR, v. 6, n.2, p. 93-112, 2001.
HERMETO,
M. Canção popular brasileira e ensino de
história: palavras, sons e tantos sentidos. Belo Horizonte: Autêntica,
2012.
KOSELLECK,
Reinhart. Estratos do tempo: estudos
sobre a História. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-RJ, 2014.
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LUGONES,
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Tabula Rasa, Bogotá - Colombia, no 9, p. 73-101, julio-diciembre, 2008.
MATTOS, Hebe; GRINBERG, Keila; ABREU,
Martha. Que diferença faz a perspectiva da história pública nos estudos sobre a
escravidão. In: MAUAD, Ana Maria; SANTHIAGO, Ricardo; BORGES, Viviane Trindade.
Que história pública queremos?. São
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MOREIRA,
Igor Lemos. Ensino de História no pré-vestibular para além das provas de
seleção. In: 4 Simpósio Eletrônico
Internacional de Ensino de História: Aprendizagens Históricas: rumos e
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RÊGO,
Sheila Novais; MAGALHÃES JÚNIOR, Antonio Germano. Professores de história dos
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saber e poder. In: VIII ENPEH - Encontro
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Horizontes, 2008, São Paulo.
SANTHIAGO,
R. Duas Palavras, Muitos Significados: Alguns comentários sobre a história
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SCHWARCZ,
Lilia Moritz. O espetáculo das raças:
Cientistas, instituições e pensamento racial no Brasil (1870-1930). Companhia
das Letras, 1993
Olá Igor,
ResponderExcluirGostaria de saber qual a sua percepção sobre os modos de ressignificação que os alunos fizeram /fazem de elementos que permeiam seu cotidiano, como o exemplo deste texto: a música e também outras formas 'públicas' de ter acesso ao conteúdo histórico. Foi, é possível notar com clareza esse processo (diante da sua experiência de intervenção?). Profª Adaiane Giovanni
Olá Adaiane,
ExcluirQue ótimo te ver (ler) por aqui!!
Essa é uma das coisas que mais tenho pensado nestas dinâmicas que faço. Em um primeiro momento eles partem muito do principio que é uma aula "diferente", e apesar de terem vontade não conseguem ao certo estabelecer os link's entre passado-presente, ficando muitas vezes em um debate mais voltado a contemporaneidade. Contudo, com o passar do tempo e o aumento na frequência destas atividades, assim como um processo de responsabiliza-los cada vez mais pelo debate, eles vão passando a compreender melhor e ter noção destas outras formas públicas a ponto de nos próprios debates eles mesmos trazerem outros exemplos e nas aulas expositivas eles provocarem discussões semelhantes, inclusive por conta da proximidade temporal dos conteúdos quando chegamos ao final do ano.
O mais interessante, pelo que noto nestas atividades, é quando a partir do segundo semestre nestas aulas eles mesmos começam a se responsabilizar pelo debate, ai eu consigo perceber essa ressignificação pois nunca ficam apenas nos documentos que levo, mas eles próprios trazem outros documentos, canções, filmes e etc.
Espero ter respondido a sua pergunta, qualquer coisa pode comentar aqui que vamos conversando!
Olá Adaiane,
ResponderExcluirQue ótimo te ver (ler) por aqui!!
Essa é uma das coisas que mais tenho pensado nestas dinâmicas que faço. Em um primeiro momento eles partem muito do principio que é uma aula "diferente", e apesar de terem vontade não conseguem ao certo estabelecer os link's entre passado-presente, ficando muitas vezes em um debate mais voltado a contemporaneidade. Contudo, com o passar do tempo e o aumento na frequência destas atividades, assim como um processo de responsabiliza-los cada vez mais pelo debate, eles vão passando a compreender melhor e ter noção destas outras formas públicas a ponto de nos próprios debates eles mesmos trazerem outros exemplos e nas aulas expositivas eles provocarem discussões semelhantes, inclusive por conta da proximidade temporal dos conteúdos quando chegamos ao final do ano.
O mais interessante, pelo que noto nestas atividades, é quando a partir do segundo semestre nestas aulas eles mesmos começam a se responsabilizar pelo debate, ai eu consigo perceber essa ressignificação pois nunca ficam apenas nos documentos que levo, mas eles próprios trazem outros documentos, canções, filmes e etc.
Espero ter respondido a sua pergunta, qualquer coisa pode comentar aqui que vamos conversando!