Alberto Fidalgo Castro


UMA APROXIMAÇÃO AO TIMOR- PRÉ-COLONIAL. NOTAS HISTÓRICAS PARA ENTENDER O PRESENTE


Introdução
A relação entre duas disciplinas como história e antropologia têm sido demonstrada, pelo menos para os antropólogos, como uma que nos permite reconstruir uma imagem do passado para estabelecer continuidades e mudanças no estudo de processos socioculturais de forma comparativa. A necessidade de abordar esses fenômenos diacronicamente nos faz Olhar, em outras disciplinas, elementos que podem servir para dar sentido ao enigma do presente.

Para o caso de Timor-Leste, as literaturas coloniais portuguesa e holandesa são as fontes mais importantes para o estudo. Muito ricas em conteúdo, as aproximações aos dados apresentados devem ser feitas com o devido cuidado interpretativo, estar ciente dos lugares de fala heterogêneos que os informam. Os estudos de Ricardo Roque sobre o conhecimento produzido durante a colonização portuguesa de Timor são um bom exemplo de como abordar estas questões (ROQUE, 2011, ROQUE, WAGNER, 2012) .

É mais complicado voltar a momentos anteriores aos da colonização. Contudo, disciplinas como arqueologia, linguística e estudos sobre as navegações de outros povos oferecem-nos uma janela para o Timor pré-colonial que nos permite reconstruir parcialmente o que Timor pode ter sido antes da chegada dos portugueses e dos holandeses.

Abordagens Arqueológicas ao Timor pré-colonial
Existem algumas investigações arqueológicas realizadas em Timor-Leste que revelam aspectos, principalmente materiais, sobre como a vida na ilha deveria ter sido no passado. Uma das fontes que temos para tentar esboçar o Timor pré-colonial são os trabalhos arqueológicos que foram realizados desde os anos cinquenta até ao presente, deixando de lado os vinte e quatro anos de ocupação indonésia.

No que diz respeito às missões portuguesas, não se tratava tanto de arqueologia moderna como de uma antropologia física continental ligada direta e ideologicamente ao Estado Novo de Salazar (SCHOUTEN, 2001, p.165). Essas investigações, conhecidas sob o nome de Missão Antropológica de Timor (1953-1954), foram dirigidas por Antonio de Almeida. Participaram dessas missões, entre outros, António Augusto Mendes Corrêa, que serviu como presidente do Conselho de Investigações Coloniais ; e Rui Cinatti (1963). No entanto, os trabalhos sobre arqueologia publicados por Cinatti (1963), António de Almeida (1960, 1961) e Mendes Corrêa (MENDES CORRÊA; ALMEIDA; FRANÇA, 1964) já revelam a existência de pinturas rupestres e restos que apontam para a existência da vida cerimonial (LUCAS et al., 1992).

De qualquer forma, o maior volume de literatura arqueológica foi produzido por arqueólogos institucionalmente ligados à Australian National University (ANU) (GLOVER, 1971). As pinturas rupestres, por exemplo, confirmam a existência de brigas de galo e nos permitem aproximar a datação da presença histórica desses animais na ilha. Da mesma forma, o aparecimento de barcos nestas pinturas coincide com alguns mitos que narram a chegada da população em Timor, parte deles recolhidos entre os fataluku do extremo leste, e nos permite começar a desenvolver pesquisas sobre a migração humana para a ilha. Da mesma forma, a existência de navios em pinturas rupestres ressoa nos rituais mortuários que atualmente são celebrados, e segundo os quais os espíritos dos mortos são transformados em ancestrais (O'CONNOR et al., 2018, TRAUBE, 1986).

Sabemos também graças a pesquisa arqueológica que os primeiros sinais de população na ilha de Timor datam de 42.000 BP (O'CONNOR, 2007) . Esta data é também a data em que foi encontrado o mais antigo anzol de pesca do mundo, encontrado em Timor por O'Connor e a sua equipe, mostrando que a pesca no alto mar já era praticada nessa época (O'CONNOR; ONO CLARKSON, 2011).
Estudos arqueológicos também confirmam a existência de múltiplas estratégias de coleta para o aprovisionamentoo (HAWKINS et al., 2017). Em um artigo recente, Olivera , O'Connor e Bellwood (2019) relatam a descoberta de tambores Dong Son, datado de 2500 BP, e que coloca Timor em uma ampla rede de trocas que se estende desde Vietnam para grande parte do Sudeste Asiático insular. Os autores mencionam que esses tambores, juntamente com as pinturas rupestres, devem estar bastante conectados à vida ritual.

Investigação linguística e a sua contribuição para a compreensão da atual configuração de Timor
Durand propõe que as primeiras populações de Timor são linguisticamente associadas às línguas não-austronésicas correntes (DURAND, 2010, p.22 ): búnak, fataluku , makassae , makalero e maku'a . Não está claro quais são as famílias dessas línguas, embora Schapper sugira que são da família linguística da Nova Guiné, embora essa relação continue a ser especulativa (Schapper, 2011: 163). Estas línguas são conhecidas como "Filo de Trans Nova Guiné" (Trans New Guinea Phylum) e línguas de Timor-Alor-Pantar.

Schapper e Bellwood afirmam que a segunda grande onda de habitantes que chega a Timor ocorre, supostamente, entre os anos 3000 (SCHAPPER, 2011, p.163) e 2000 a.C. (BELLWOOD, 2007, p.123) pelo que veio a ser chamado de "austronésios". Os denominados como tais incluem, em Timor-Leste, os grupos linguísticos kemak , tokodede, mambai, idaté , tetun, naueti , caiurui , galole , dawan ou baiqueno , bem como outros grupos minoritários.

Navegações chinesas
Outra fonte à nossa disposição para compor a situação sobre como Timor poderia ser antes da chegada dos portugueses são os registros de marinheiros e geógrafos chineses feitos, especialmente, durante as navegações oficiais promovidas pela dinastia de origen mongol Yuan (1279-1368) e durante o início da dinastia Ming (1368-1644).

Roderich Ptak recolheu em vários artigos (PTAK, 1983, 1987) algumas menções a Timor em tais fontes dos anos 1250 a 1820. A razão que levou os chineses a Timor foi, como posteriormente aconteceria também no caso dos portugueses, a obtenção de sândalo (PTAK, 1987). Assim, muito antes da chegada dos portugueses, os chineses já haviam identificado e estabelecido uma rota comercial com Timor para se abastecer com essa preciosa espécie de árvore (BOXER, 1960; DURAND, 2010, p.180). No entanto, ao contrário de outras rotas comerciais na região, tais como as estabelecidas com as Ilhas Molucas e Banda, a rota de Timor não foi declarada monopólio governamental pelas autoridades chinesas e foi quase exclusivamente frequentada por comerciantes privados (ROQUE DE OLIVEIRA , 2003).

As fontes chinesas que Ptak usa em seu artigo mencionam a ilha de Timor com nomes diferentes: Ti-wo, Ti-men, Ku-li Ti-men, Ti-Man ou Chi-li Ti-men, entre outros, e têm como tema principal o comércio de sândalo com os nativos. Assim, somos apresentados a uma ilha com alguns locais identificados para realizar a troca de sândalo por bens como cerâmica, seda, ferro ou prata. A ilha é descrita como um lugar montanhoso com um clima irregular, com solos férteis que produzem colheitas generosas e florestas densas nas quais cresce muito sândalo. (PTAK, 1983).

Embora a maioria das informações que esses registros nos oferecem sejam breves e cheios de juízos de valor, elas nos permitem conhecer algumas questões básicas sobre como as sociedades da ilha poderiam estar antes da chegada dos europeus. Nesse sentido, esses registros delineiam um sistema político rigidamente estruturado e dirigido por reis e/ou chefes locais - dependendo da fonte - a quem os nativos tratam com submissão. (PTAK, 1983, p.40), e cujos privilégios como autoridades são consideráveis (PTAK, 1983, p.37). Além disso, há alguma referência ao sistema de resolução de conflitos (PTAK, 1983, p.40), bem como a celebração de alguma cerimônia (PTAK, 1983, p.40). Nestes dois últimos casos, conclui-se que o chefe local e o rei são os que desempenham as funções de árbitro e oficiante respectivamente.

Finalmente, também nos é dito sobre a divisão sexual do trabalho e uma possível mudança nestes padrões. Assim, em uma das referências é dito que são as mulheres que negociam com estrangeiros, enquanto em outro é o próprio rei e toda a sua corte que o fazem. É o autor deste último, Chang Hsieh, que, conhecendo a primeira fonte chinesa que fala desta divisão sexual do trabalho, reflete sobre a possível mudança.

Algumas das referências chinesas se sobrepõem temporariamente à chegada e ao assentamento de europeus na ilha. É o caso do já mencionado Chang Hsieh, de 1617/1618, em que os portugueses não são mencionados, apesar de terem iniciado estas actividades em Timor já no século anterior. Embora não necessariamente, uma vez que poderia ser uma deficiência do texto, isso poderia indicar uma presença escassa dos portugueses durante os primeiros anos de colonização e até o século XIX. De qualquer forma, implica o desconhecimento por parte dos chineses da presença portuguesa na ilha, o que é significativo em si mesmo. Na última das referências que Ptak recolhe (1820), já estamos a falar da ilha de Timor dividida em três partes: uma delas chamada Ku-Pang, controlada pelos holandeses; outra chamada Ti-Wen, controlada pelo portugueses; e um terceira formada por seis reinos das montanhas cujos nomes ele não indica (e que poderiam ser reinos locais).

Reinos hindus da Indonésia
Embora Ptak não o mencione, outros autores referem-se a outra fonte chinesa anterior à que ele relaciona, de 1225, e na qual Timor é consignado como um protetorado do reino javanês de Kediri. Entre eles, o historiador Steve Farram faz alusão a essa fonte, embora considere altamente improvável essa hipótese do protectorado (FARRAM, 2004, pp. 34-36).

Timor também é registrado no poema épico Nagarakertagama, escrito no antigo javanês em 1365, que exalta o estado de Mahapajit. O próprio Farram comenta que, embora Timor seja mencionado na introdução deste poema épico, é pouco verossímil dizer que a verdadeira área de influência política de Mahapajit chegou à ilha de Timor. Ptak menciona, no entanto, que duas das fontes chinesas que ele analisa (de 1564 e 1575) mencionam em seu prefácio que Timor (Ti-Wu) dependia de Java (PTAK, 1983, pp. 38-39).

A este respeito, Durand concorda com Farram em dizer que o controle político de Mahapajit tem sido frequentemente exagerado e que a sua área de influência não teria chegado a Timor; sua presença na ilha seria limitada a intercâmbios comerciais esporádicos com reinos locais. De qualquer forma, como assinala Thomaz, a influência de uma presença hipotética do império de Mahapajit em Timor é irrelevante (THOMAZ, 1976, p.18), e é particularmente irrelevante quando comparada à influência que teve em outras áreas de a atual Indonésia como Bali (GEERTZ, 2000, pp. 30-31) . Apesar da implausibilidade desta ideia, a ligação de Timor com Mahapajit foi usada para fins de propaganda por parte da Indonésia de Suharto para legitimar a ocupação de Timor-Leste em 1975 (FARRAM, 2004, p.2, nota 3).

Navegações Muçulmanas
Outro dos contatos pré-coloniais que é geralmente mencionado é o dos marinheiros muçulmanos, porque, como os chineses, eles também se dedicavam ao comércio de sândalo com os reinos locais. No entanto, Durand menciona que a maioria das expedições muçulmanas estava a serviço do comércio chinês e que a presença de marinheiros árabes na ilha é duvidosa. Este autor sugere que as fontes dos marinheiros árabes Ahmad ibn Majid (1462) e Sulaiman al-Mahri (de 1511) utilizavam a palavra timor com o significado de 'oriente', que é o significado que esta palavra recebe em muitas línguas de origem austronésia (Cinatti, 1950), e que com isso eles se refeririam a um conjunto de ilhas vagamente identificadas que estariam situadas  a leste de Java (DURAND, 2010, página 39) . Em qualquer caso, é importante destacar a relevância das navegações muçulmanas no Sudeste Asiático, já que durante a Idade Média elas representavam a ligação entre as cidades comerciais do Mediterrâneo e da Ásia, de tal forma que se pode dizer que o Oceano Índico tornou-se um "lago muçulmano" (DURAND, 2010) durante a época, com Malaca como porta de entrada para as ilhas da Indonésia, rica em especiarias.

Já depois das primeiras referências ocidentais a Timor e com a presença de Portugal e da Companhia Holandesa das Índias Orientais (Vereenigde Oost-Indische Compagnie , VOC), há mais referências à presença de muçulmanos na ilha. Artur Basilio de Sá (MCWILLIAM, 2007, p.233; SÁ, 1956, p.489), por exemplo, alude às fontes portuguesas nos arquivos das missões dominicanas entre 1568 e 1579 , nas quais se diz que os marinheiros muçulmanos, durante alguns anos, obtiveram sândalo, cera, mel, escravos e alguma prata em Timor; bens que, ao que parece, foram trocados por machados, facões, facas, espadas, tecidos, porcelana, miçangas coloridas, estanho e mercúrio (FOX, 2003). De um modo geral, parece que quando os portugueses e os holandeses começaram a desenvolver um comércio ativo com a ilha de Timor, já tinham sido estabelecidas várias redes comerciais regionais com os muçulmanos, especialmente os do Sultanato de Makassar (Ilhas Celebes). O conhecimento dessas redes comerciais era, como veremos mais adiante, o que fez com que os poderes coloniais começassem a se concentrar na "ilha do sândalo".

Conclusão
Embora o estudo histórico pré-colonial não nos permita estabelecer mecanicamente causalidades com os fenômenos presentes, a compreensão deles nos ajuda a evitar muitos erros. A antropologia, como qualquer outra ciência social, não trabalha sobre uma página em branco, e o conhecimento das origens das populações que estuda, bem como dos fenômenos sociais que observa, é outro elemento a ser levado em conta para sua análise.

Tentei, através deste pequeno texto, mostrar como a pequena ilha de Timor tem mantido contatos constantes muito antes da chegada dos europeus, o que nos permite - se parcialmente - estabelecer continuidades e descontinuidades culturais e sociais na evolução histórica de Timor-Leste.

Referências bibliográficas
Alberto Fidalgo de Castro é em Linguagem, Ciência e Antropologia pela Universidade da Coruña com a tese ‘Dinámicas políticas y económicas en el dominio ritual y la vida cotidiana en Timor Oriental. Estudios de caso desde la aldeia de Faulara’. Atualmente, desenvolve pesquisa na UNB.

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14 comentários:

  1. Prof. Alberto,
    obrigado pelo elucidativo texto sobre a história do Timor.
    você pode nos contar sobre como o Timor é contando em seus próprios livros didáticos nacionais?
    obrigado,
    João Pereira Nunes

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    1. Prezado Joao,
      Muito obrigado pelo seu comentário. Tentarei falar com cuidado sobre esta questão, já que não é a minha especialidade (são antropólogo).
      Até onde eu sei, existem pouquíssimos materiais produzidos sobre a história de Timor-Leste com fins didáticos. O foco, atualmente, está em aumentar o número de falantes de português em todos os níveis escolares e académicos. O português nunca foi uma língua falada pela maioria da população timorense, mas apenas pelas elites e, logo da invasão e ocupação da Indonésia, o número de falantes se reduziu em grande quantidade. Durante a ocupação havia livros didáticos que introduziam historicamente a Timor dentro da lógica nacional da Indonésia.
      Depois da independência e até hoje, o aceso a livros em língua não indonésia foi complicado por razoes logísticas, económicas e sociais. A aposta política é pelo ensino em português, mas até hoje não há uma carreira académica associada à história nas universidades nacionais leste-timorenses.
      A produção editorial timorense é mínima e a maior parte dos materiais educativos em português se produzem fora do próprio país, especialmente em Portugal. A editorial LIDEL é uma das que têm vindo desenvolvendo estas atividades de livros didáticos, produzidos em parcerias luso-timorenses as mais das vezes.
      O único texto que conheço que é usado para o ensino da história é uma obra do Frédéric Durand, francês com ampla experiencia de pesquisa histórica sobre Timor e que foi publicada em 2010 pela LIDEL em versão bilingue portugês/tetum: História de Timor-Leste. Da Pré-História à Actualidade. // Istória Timor-Leste Nian. Husi Pre-Istória to’o Atualidade.
      Neste texto a intenção é pesquisar sobre a própria população leste-timorense desde que existem notícias de população na ilha até a independência definitiva de Timor-Leste em 2002, logo da votação em referendum de 1999.
      Espero ter clarificado, ate onde eu sei, alguma questão sobre o assunto.
      Att,
      Alberto Fidalgo Castro.

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  2. A história timorense é tratada e entendida como um exemplo de história asiática ou de história europeia na Ásia (como a Austrália, por exemplo)?
    Roberto Oliveira Junior

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    1. Att,
      Alberto Fidalgo Castro.

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    2. Desculpa, Roberto. Não sei o que eu fiz com a minha resposta mas vi que sumiu (acho que colei e peguei errado do word). Vou tentar recuperar ela das minhas notas, daquí a umas horas.

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  3. Prezado Alberto,
    como é o ensino de história atualmente no Timor?
    atenciosamente,
    Roberval José Carvalho

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    1. Prezado Roberval,
      Remito a minha resposta ao comentário que fiz para o João Pereira Nunes.
      Att,
      Alberto Fidalgo Castro.

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  4. Adorei o texto, bem elucidativo.

    Gostaria de saber o que é BP que marca lá em cima pois nunca ouvi falar e não sou da área da antropologia e o google não me ajudou muito.

    Obrigada.
    Claudia de Jesus Azambuja

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    1. Prezada Claudia,
      BP é a abreviatura em inglês de before present (antes do presente), que é um sistema de datação em arqueologia e outras disciplinas usada em lugar da datação em era cristiana. A data marca 1950, que foi o momento em que começaram a aplicar-se na prática as datações em base ao rádio carbono durante os anos 50. Assim o ano 10.000 a.C, seria no sistema de datação em base a radio carbono, o 11.950 BP.
      Att,
      Alberto Fidalgo Castro

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    2. Obrigada, como em outros momentos está em português achei que fosse erro de digitação ou até mesmo outro tipo de datação.

      Att, Claudia de Jesus Azambuja

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  5. Professor Alberto, muito obrigado por nos apresentar fatos muito interessantes sobre a história de Timor-leste.
    Sobre as fontes históricas referentes as navegações muçulmanas, comércio e religião caminharam juntos a exemplo da conversão dos berberes no norte da África ao Islã.
    Você poderia comentar a respeito do processo de islamização de parte da população do Timor-Leste ao logo deste processo?

    ass. Leonardo Antonio Alves de Oliveira




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  6. Professor, achei seu texto sensacional, claro e bem explicado, além do mais o tema é muito original.
    Quanto a língua, como foi realizada a pesquisa para saber (ou quase) o dialeto de Timor?
    Geovana Pinto Dias

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  7. Professor, ainda quanto as realizações da pesquisa, existiram alguns documentos diretamente tirados da ilha para serem feitos os estudos?
    Geovana Pinto Dias

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  8. Professor, achei seu texto muito interessante vide a defasagem que existe no curso de História em relação a países do oriente, gostaria de saber quanto ao português falado no Timor, em que quantidade ele foi influenciado pela linguagem das primeiras populações que são linguisticamente associadas às línguas não-austronésicas correntes, se é que há essa influência, e se essas línguas ainda deixam resquícios de sua existência dando nome às coisas do país, como a língua Tupi que nomeia diversos rios e cidades do Brasil?

    Augusto Agostini Tonelli

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